04 abril 2008
11 março 2008
S01x08 – Um outro segredo
A cena abre com Alex e Margareth sentados na sala de espera do Hospital Central.
Por ser um ambiente amplo, havia mais uma senhora sentada com um tricô no colo e um outro casal sentado perto da porta de entrada.
LEGENDA - (4:57 AM)
Margareth: Mas Alex, não dá pra entender... Primeiro acontece o atropelamento de Lisa. Depois, o pai da Sá morre.
Alex: E Sansarah e Samuel envolvidos no acidente.
Margareth arregala os olhos
Margareth: O que?
Alex vira o rosto e encara Margareth, estranhando que não sabia da notícia.
Alex: Maga, você não sabe? Você estava lá...
Margareth: Então o carro que bateu no de Andréas era o de Samuel?
Alex apenas balança a cabeça fazendo sinal de positivo.
Margareth: Eu não acredito...
Alex: Achei que você tinha visto eles no acidente. Eu ajudei Eddie a tirar eles dentro do carro.
Margareth: Acho que me choquei com a situação de tal forma que não percebi quem eram. Eu não consegui sair do carro.
Nesse momento, Simone e Thomas entram e sem notar o casal na sala de espera, vão a recepção. Margareth os vê e chama Thomas.
Margareth: Thomas...?
Alex vê Thomas e faz cara feia respirando fundo.
Alex: O que você esta fazendo aqui? – Diz a Thomas levantado da cadeira.
Margareth: Calma Alex. Agora não...
Thomas: Estou aqui pelo mesmo motivo que você. – Com um sorriso sarcástico.
Margareth: Pára Thomas.
Alex: Mesmo motivo? Você é um descarad...
Margareth alterando a voz: PARA OS DOIS! AQUI NÃO É LUGAR.
Simone para Margareth: Já teve alguma notícia?
Margareth: Não – Sentando na cadeira novamente.
Todos se sentam.
Thomas: Alguém ligou pro Sr. Lee?
Alex: Ta preocupadinho agora? – Irônico.
Margareth: Pare com isso Alex... Eu liguei pra Kayla.
Alex e Thomas juntos: Kayla? – Os dois se olham.
Simone: Ela chegou hoje. Eu e a Sabrina fomos buscá-la no aeroporto.
Margareth: Mas eles ainda não chegaram. Ai meu Deus. Só espero que não tenha acontecido mais nada.
Simone: E a Sabrina?
Margareth: Ela tinha ido até a delegac...
Sabrina entra com lágrimas nos olhos acompanhada de um policial. Vão direto para a recepção.
Margareth se levanta e vai até ela. Coloca a mão nas costa de Sabrina fazendo-a virar-se e vê-la.
Margareth: Como você esta?
Sabrina a abraça e chora em seu ombro.
Margareth: Calma Sá, calma...
Simone, Thomas e Alex, sentados, apenas assistiam a cena.
Margareth: Vamos ali sentar, vem...
Enquanto o policial começava a falar com a enfermeira sobre o falecimento do pai de Sabrina, entram na sala Lee e Kayla escoltados por dois seguranças.
Segurança 1 para Lee: Fiquem aqui e mantenham-se calmos. Caso contrario, ficaram isolados novamente.
Lee apenas balançou a cabeça.
Kayla vendo os amigos correu para abraçá-los. Lee sentou-se na primeira cadeira ficando uns quatro metros de distancia de todos.
Kayla sendo abraçada por Simone.
Kayla: Eles não deixam a gente ver Lisa.
Simone: Calma Ka. Ela esta em atendimento ainda.
Alex: Como você esta? – Abraçando-a e dando um beijo em sua testa.
Kayla: Oi Alex. Ainda não sei como estou.
Alex: Vou falar com seu pai. – E seguiu para Lee estava sentando.
Thomas: Oi Ka.
Kayla apenas piscou os dois olhos para Thomas, devolvendo o cumprimento.
Kayla e Simone se sentaram. Thomas estava ao lado.
Logo depois estavam Margareth e Sabrina, que chorava muito. E por ultimo, Alex e Lee.
Eddie entra na sala. Todos se levantam.
Lee: E minha filha? Como ela esta?
Eddie: Ela esta bem e fora de perigo agora.
Lee levanta os braços: Graças a Deus!
Kayla: Eddie?
Eddie: Kayla? Você aqui?
Kayla: O que você esta fazendo aqui?
Sabrina levanta a cabeça vendo a reação de Eddie.
Eddie: Eu trabalho aqui agora. E você?
Kayla: Cheguei hoje.
Sabrina: E meu pai? – Para Eddie, cortando a conversa.
Eddie vendo Sabrina em lágrimas vai até ela e se senta ao seu lado abraçando-a. Após, dá um selinho em sua boca.
Eddie: Calma Sá.
Kayla sentiu um soco no estomago.
Horas antes, no bar, Simone deixou escapar que tinha visto Eddie saindo com uma garota.
Sabrina era a garota.
Lee: E quando vou poder ver minha filha?
Eddie abraçado a Sabrina: Agora. Sr. Lee venha comigo. – Levantando-se.
Kayla: Eu quero ir também.
Eddie: Tudo bem. – Virou-se para os outros – Vocês esperem aqui.
Alex: Ed, também quero ver como Lisa esta.
Eddie: Alex, depois. Apenas familiares nesse momento.
Kayla: Maga, toma conta pra mim, por favor. – E entrega sua bolsa.
Margareth a segurou e fez sinal que sim com a cabeça.
Os três seguiram pelo corredor, entrando em uma outra ala.
Com a saída de Eddie, Margareth colocou a bolsa de Kayla ao lado e tornou a abraçar Sabrina.
Como o policial havia terminado com a enfermeira na recepção, virou-se e foi onde Sabrina estava.
Policial: Verifiquei a entrada de seu pai. Temos que aguardar aqui.
Sabrina apenas balançou a cabeça. Seus olhos foram em direção onde Simone estava.
Simone, que olhava Sabrina, não teve outra reação a não ser desviar o olhar para o chão.
Sabrina não fez o mesmo. Continuou a encará-la.
Thomas: Sá. Se precisar de alguma coisa, pode contar comigo ta.
Sabrina balançou a cabeça em sinal de positivo, mas seu olhar não desviou de Simone.
Alex: Contar com você? – Diz a Thomas
Thomas: Qual o seu problema? – Fala um pouco alto.
Alex: Você é o meu problema... – Se levanta e vai a direção de Thomas.
Simone se levanta e vai à direção de Alex para pará-lo.
Simone: Pára Alex.
Thomas: Deixa ele vir! Deixa ele vir!
Alex: Cala a sua boca, cara.
Simone: Fica quieto Thomas. Aqui não é hora e nem lugar.
Aquilo caiu como uma pedra na cabeça de Sabrina, ainda abraçada por Margareth.
Sabrina não tirava os olhos de Simone.
Sabrina: Realmente não é hora nem lugar...
Todos a olham.
Sabrina: Hora e lugar é no motel, em cima da cama e transando com meu pai. Não é mesmo Simone?
Todos encaram Simone.
Sabrina: Isso mesmo... – Com lagrimas nos olhos e ficando em pé – Ela estava trepando com meu pai. – Pausa – Desde quando hein? Uma semana? Duas? Três? Um mês?
Simone apenas a observava.
Sabrina: Estou te fazendo uma pergunta, sua biscate...
Simone: Sabrina, não me ofenda.
Sabrina: Biscate é ofensa pra você? Então ta bom... – Pausa - Vejamos... – Pausa - Puta cairia bem melhor então...
Simone não agüentou nesse momento. Levantou-se e pulou em cima de Sabrina, agarrando direto em seus cabelos. Com o solavanco, ambas foram ao chão mesclando puxadas de cabelo, tapas na cara com socos e pontapés.
Com o “barraco feito”, todos foram separá-las.
Thomas segurou os braços de Simone junto com Alex, tirando-a de cima de Sabrina. Margareth ajudou Sabrina levantar-se e se pôs à frente dela para evitar que fosse pra cima de Simone.
Sabrina: Vagabunda, piranha, prostituta...
Simone: Mal amada, invejosa, ridícula...
Com a briga, o casal sentado perto da recepção levantou-se e saiu, ficando somente a senhora tricotando com a feição de horrorizada.
Enfermeira: PAREM COM ISSO... VOCÊS ACHAM QUE ESTÃO ONDE? NA CASA DE VOCÊS?
Sabrina: VAI TOMAR NO SEU CU VOCÊ TAMBÉM.
Enfermeira: RESPEITO MOÇA. NÃO IMPORTA O QUE ACONTECEU COM VOCÊ. PEÇO-TE RESPEITO CASO CONTRÁRIO, PONHA-SE DAQUI PRA FORA.
O policial que estava acompanhando Sabrina apenas assistia a cena sentado na cadeira no canto. Não ajudou a separar e nem a fazer nada.
“Pessoas demais”, pensou. Olhou a enfermeira e fez um sinal com a mão querendo dizer que estava tudo bem agora.
Alex que havia ajudado Thomas a tirar Simone de cima de Sabrina, deu por si que estava ao lado dele. Respirou fundo olhando-o e foi para o lado onde Margareth estava.
Alex para Sabrina: Vem, vamos dar uma volta pra esfriar a cabeça. – Pegando no braço de Sabrina.
Sabrina: Me solta Alex. Vou ficar aqui.
Nesse momento o policial levantou-se.
Policial: Sabrina venha comigo.
Sabrina: Já disse que vou ficar aq...
Policial: Você não tem querer. Esta sob minha responsabilidade. Venha comigo. – Virou-se para Alex – Você também.
Os três saíram da sala.
Margareth ficou só, de um lado da sala. Do outro, estavam Thomas e Simone.
Simone: Vaca invejosa. – Vira-se a Thomas - Ela não tem direito de falar nada se eu saia ou não com o pai dela.
Thomas: Calma Si.
Simone: Calma o caralho. Se ela esta mal por causa que o pai morreu, eu também estou.
Thomas: Calma Si. Não adianta você ficar assim.
Simone: Onde tem um banheiro aqui?
Thomas: Não sei. – Levantou-se e foi até a enfermeira na recepção, que estava de olho em tudo o que acontecia – Onde ficam os sanitários?
A enfermeira apontou para o lado oposto que Sabrina foi.
Thomas: Vem Si.
Margareth pra Simone: Quer que eu vá com você?
Thomas: Não Maga. Eu preciso ir também. Fique ai. De repente pode vir alguém dar alguma noticia.
E os dois saíram da sala, ficando somente a senhora com o Tricô no colo e Margareth.
Margareth a notou olhando. Deu um sorriso sem graça e se arrumou na cadeira.
Margareth pra Senhora: Que situação...Desculpe tudo isso.
Senhora: Não tem problema. Sei o que todos vocês estão passando.
Margareth: Essa noite... – Respirou fundo – Eu não sei o que esta acontecendo... Tudo esta de cabeça pra baixo.
A senhora deu um pequeno sorriso.
Senhora: Eu sei, minha filha...- Guardando o tricô.
Margareth: Nossa... – Olhando para o chão - Que ponto que nós chegamos...
Senhora: Todos vocês se conhecem?
Margareth balançou a cabeça positivamente e voltou a encará-la.
Senhora: Eu sei como é. Já passei por isso há muito tempo.
Margareth: A senhora já passou por uma situação dessa?
Senhora: Sim. Mas foi pior. Éramos todos amigos e terminou em tragédia. Às vezes fazemos coisas para ver quem gostamos estar bem. E no momento seguinte, não temos idéia no mal que causamos.
Margareth: É verdade. Acho que tudo isso que esta acontecendo, fui eu que fiz.
Senhora: Você?
Margareth: Sim. Hoje eu fiz uma coisa que qualquer amiga de verdade teria feito.
Senhora: Você quer falar sobre isso, minha filha?
Margareth cobriu os olhos, pondo-se a chorar.
A senhora levantou-se de onde estava e foi ao lado dela. Pôs a mão na cabeça de Margareth.
Senhora: O que foi querida...? O que aconteceu?
Corta
A cena foca Lisa em cima de um leito, desacordada e com o respiradouro na boca, no quarto do hospital. De um lado da cama, esta Lee e Kayla. Do outro, Eddie.
LEGENDA - (5:15 AM)
Song: Sarah Mclachlan - Angel
Kayla: Como que isso foi acontecer Li? – Alisando o cabelo da irmã.
Lee pra Eddie: Ela esta bem mesmo?
Eddie: Ela esta.
Lee: Mas ela esta desacordada.
Eddie: Sim. É o choque. Ela esta meia dormindo e meio desmaiada. Isso é meio que normal nesse caso.
Kayla: Quanto tempo ela vai ficar assim?
Eddie: Quanto tempo precisar. Só o corpo dela pode dizer.
Kayla: Posso usar o banheiro aqui do quarto?
Eddie: Kayla use o do corredor. Aqui do quarto é esterilizado para os pacientes. Ela acordando ou não, melhor deixá-lo para o uso exclusivo dela.
Kayla: Tudo bem. Vou lá no de fora. – E sai do quarto.
Eddie: O que eu preciso fazer agora é preencher a ficha dela corretamente para ter toda a medicação já aplicada. Daqui a pouco, o turno muda.
Lee: Vou com voc... – Colocando a mão no bolso da calça – Minha carteira...? Putz... –Colocando a mão na cabeça - Esqueci de pegar minha carteira.
Eddie: Preciso dos documentos de Lisa ou de algum parente.
Lee: Ed pegue os documentos que você precisa na bolsa de Kayla. Esta com a amiga dela na recepção. Faça tudo no nome de Kayla.
Eddie: Sr. Lee. Ela não vai gostar de eu mexer...
Lee: Não esquenta a cabeça rapaz. Eu te autorizo.
Eddie: Tudo bem. Eu já venho.
Lee: Assim que Kayla vier, eu peço pra ela ir até a recepção caso tenha que assinar qualquer coisa.
Eddie balançou a cabeça e saiu do quarto
Corta
LEGENDA - (5:21 AM)
A cena volta novamente em Margareth e na Senhora, ambas sentadas na sala da recepção.
Margareth falava sem parar.
Margareth:...E depois Lisa correu pro meio da rua e Sabrina atropelou ela.
Após, Margareth ficou em silêncio apenas limpando as lágrimas do rosto.
Senhora: Minha filha... – Pausa - Posso te falar uma coisa?
Margareth: Claro.
Senhora: Eu disse que já tinha passado por essa situação, não é?
Margareth: Disse.
Senhora: Todos vocês possuem algo em comum, assim como eu possuía com meus amigos. Vocês todos criaram um elo.
Margareth: Sim. Temos um elo. Somos todos conhecidos.
Senhora: Não menina, você não entendeu. – Pausa - Vocês criaram um elo dentro do elo de vocês.
Margareth: Como assim?
Senhora: Veja bem. Quando tudo aconteceu comigo, todos os meus amigos tinham um segredo grave. Eu também. – Pausa – O meu era que gostava do namorado na minha melhor amiga e, embora ela fosse “minha melhor amiga”, eu tinha um rancor grande. Queria estar no lugar dela. Ela tinha raiva de uma outra que era rica e tinha tudo o que queria, que tinha ódio de um outro rapaz que não gostava dela, mas ela gostava desse rapaz. E assim por diante até chegar em mim novamente.
Margareth continuava ouvindo atentamente
Senhora: Aos poucos, fomos descobrindo nossos segredos e todo rancor e ódio que tínhamos um com o outro, começou a nos afetar seriamente.
Margareth: A senhora quer dizer que, tudo o que esta acontecendo, é porque nos odiamos?
Senhora: Veja bem... Quando sentimos amor pelos amigos, a vida fica colorida, cheia de emoções e alegria. Quando sentimos o rancor, tudo fica ruim. Parece que há algo pesado no ar e o clima fica tenso, deixando todos dessa forma.
Margareth: Mas eu não tenho rancor de ninguém ali.
Senhora: Tem sim. Você não ficou chateada pelo seu amigo namorar sua amiga e, ter algo com outro rapaz?
Margareth: Sim. Na verdade quando eu descobri, fiquei puta da vida.
A Senhora sorri.
Senhora: Então. Você tem uma certa raiva ou rancor dele, que pode ter de outro, que tem de outro ainda. Isso gera um tipo de maldição.
Margareth: Maldição?
Senhora: Isso mesmo.
Margareth: Mas isso é impossível...
Senhora: Não é não. Toda maldição é feita de energia. Sabe aquele ditado que praga de mãe pega?
Margareth balançou a cabeça positivamente
Senhora: Então. Não é que é praga de mãe. É uma maldição. A mãe tem uma ligação extremamente forte aos filhos e, no momento de sua raiva, joga uma descarga de energia negativa tão grande que acaba acontecendo o que ela fala. – Pausa – Isso acontece da mesma forma com a energia positiva. Já não teve um dia que você quis tanto que acontecesse uma coisa e, depois de um tempo aconteceu? Isso funciona tanto positivamente como negativamente.
Margareth: Mas na minha roda de amigos, não são todos que estão sofrendo conseqüências.
Senhora: Como você pode saber? O que esta se desencadeando, assim pode se espalhar, fazendo o elo ficar completo dependendo o tamanho do ódio que todos estão sentindo. Mas isso tem como reverter.
Nesse momento, Eddie entra na sala.
Eddie: Com licença. Maga, onde esta a bolsa de Kayla.
Margareth se vira, pega a bolsa e entrega a Eddie. Novamente vira-se para a Senhora.
Margareth: Eu não acredito nisso.
Eddie, em direção à recepção, abre o zíper e segura a carteira de Kayla, abrindo-a para pegar a documentação do responsável por Lisa.
Ao abrir, Eddie vê nos plásticos internos, o RG de Kayla. Ele puxa o documento sem muito cuidado e junto vem um papel todo dobrado com o logo de um hospital.
Curiosamente ele o pega e o abre, lendo-o.
“Eu, Jonh Staff, 52 anos, do sexo masculino, advogado, RG: 55.268.963 e CPF: 153.698.956.14, registrado na ORDEM DOS ADVOGADOS sob o número de 136.65895825/0258, atesto que, Kayla Stanford, 26 anos, sexo feminino, trabalhadora como atentedente na locadora WSA Vídeo, na cidade de Marascia, Texas, sob RG numero: 23.598.481-1 e CPF: 256.425.365-14 foi inocentada referente ao processo nº 0258759/0001, promotorado pelo Estado do Texas devido ao falecimento de seu filho Brian Stanford, nascido aos vinte e dois dias do mês de junho de dois mil e sete...”
Eddie arregalou os olhos e sentiu suas pernas ficarem mole. Olhou a data da emissão do documento. “Um mês atrás”.
Corta
A cena focaliza Kayla entrando no quarto de Lisa. Seu pai estava ao lado da cama.
Kayla entrando e fechando a porta: E ela?
Lee: Ainda dormindo.
Kayla: E o Eddie?
Lee: Ele foi registrar a entrada de Lisa. Eu pedi a ele pegar seus documentos para fazer o registro. Você acredita que...
Kayla: Mas minha bolsa esta com a Margareth na recepção... – Se alterando.
Lee: Sim filha. Eu esqueci a minha carteira e autorizei ele pegar sua bolsa com sua amiga.
Kayla sentiu-se como estivesse caindo de um avião. Virou as costas, abriu a porta do quarto e saiu correndo como nunca tinha corrido na vida em direção a recepção.
Ao entrar na sala correndo rapidamente, Margareth e a Senhora ao seu lado olharam para ela com espanto. Eddie, parado em frente ao balcão da recepção, também a olhou.
Kayla viu Eddie com o papel na mão. Teve a sensação de estar petrificada.
Eddie olhava nos olhos de Kayla. Queria falar alguma coisa, pois sua boca mexia mas a voz não saia.
Kayla, parada há alguns metros de Eddie, não tirava os olhos dos olhos dele.Margareth estranhando a situação, perguntou.
Margareth: Tudo bem Ka?
Kayla não tirou os olhos dos de Eddie e nem respondeu.
Margareth: Kayla? O que aconteceu?
Kayla não respondia e nem fazia movimento algum. Estava extremamente pálida.
Eddie voltou a olhar o papel e novamente, olhou para Kayla. Dessa vez, sua voz saiu bem pausadamente.
Eddie: Isso é o que eu estou pensando?
Kayla não respondeu. Não conseguia.
Eddie engoliu seco e novamente falou.
Eddie: Eu te fiz uma pergunta. Isso é o que estou pensando?
A Senhora, que estava vendo a cena, voltou-se os olhos em Margareth.
Margareth olhou para os olhos da Senhora.
Kayla olhava para os olhos de Eddie.
Eddie aguardava.
Eddie: Estou esperando sua resposta, Kayla.
Os olhos de Kayla se encheram de lágrimas. Sua boca abriu, mas nenhum som saiu. Eddie a olhava de uma forma que nunca tinha visto. Falar, não conseguiria. A única forma de dizer foi com o gesto. Então, balançou a cabeça lentamente pra cima e pra baixo, fechando os olhos.
Ao obter sua resposta, Eddie olhou para o papel pela terceira vez.
Sua visão começou a escurecer. Suas pernas ficaram sem comando algum e, antes que desmaiasse, apenas duas palavras saíram de sua boca.
Eddie: Meu filh...
Corta
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04 março 2008
S01X07 – Problemas sem solução
A cena abre focalizando uma porta branca no interior de um hospital onde aos poucos vai aproximando-se da recepção.
Ali estava uma enfermeira atrás do balcão, Kayla e Sr. Lee (pai de Lisa e Kayla) do outro lado dele.
LEGENDA - (4:09 AM)
Enfermeira: Senhor, vou pedir mais uma vez que tenha calm...
Lee: EU QUERO SABER ONDE ESTA A MINHA FILHA... – Gritava.
Kayla: CADÊ MINHA IRMÃ?
A enfermeira começa a se alterar levantando um pouco o volume da voz.
Enfermeira: Senhor... – Pausa – Aqui é um estabelecimento publico de respeito. Se o Senhor não abaixar o tom de sua voz, chamarei os seguranças.
Lee: EU ESTOU ME LIXANDO PELO O QUE AQUI É... EU QUERO SABER DE LISA, MINHA FILHA... ONDE ELA ESTÁ?
Sem pensar duas vezes, a enfermeira pega em cima da mesa um Walkie-Talkie.
Enfermeira: Xavier têm um problema aqui na recepção.
Kayla, com os olhos cheios de lágrimas: O que você esta fazendo? – Diz em direção a enfermeira.
Nesse momento, uma porta branca de dois lados se abre e dois seguranças aparecem com passos fortes e rápidos em direção ao pai e filha na recepção.
Lee vira o rosto ao lado e vê os dois homens vindo em sua direção e volta a gritar com a enfermeira.
Lee: CADÊ MINHA FILHA!
Ao chegar a Lee, os seguranças seguram os braços do mesmo e os colocam atrás do corpo. Kayla, desesperada com a situação, começa a esmurrar as costas de um deles, fazendo-o se virar e segurar os braços dela.
Lee: ME SOLTEM! EU QUERO SABER DE MINHA FILHAAAA...! – Virando o rosto em direção a enfermeira novamente – EU VOU TE MATAR SUA VAGABUNDA, MERETRIZ... LISAAAAAAAAAA... LISAAAAA...
Fade off
LEGENDA – 1 mês e meio antes (12:47 PM)
LEGENDA - GLASS BAR
A câmera focaliza o nome luminoso do bar e desce dando um close em uma mesa no interior do mesmo.
Song: Dj Andrew feat Airy - Non Lo So (radio edit)
Alex levantando-se da cadeira e elevando a taça cheia de champagne ao alto.
Alex: Um brinde ao novo emprego do Eddie.
Todos a sua volta (na ordem do lado direito de Alex, Lisa , Margareth, Samuel, Simone, Sansarah, Eddie, Sabrina e Thomas, sentado ao seu lado), também levantam as taças e começam a gritar.
Quando o silencio começa a imperar, Simone começa a bater as mãos e gritar incentivando a todos fazerem o mesmo.
Simone: Discurso! Discurs...
Todos: Discurso! Discurso! Discurso! Discurso!
Eddie levanta da cadeira.
Eddie: Esta bem, esta bem... – Pausa – Quero declarar a todos que, se algo acontecer com vocês, é como se estivesse acontecido comigo mesmo, e que...
Todos: Uhuuuuuuuuu, yeah... – Após, se silenciam novamente.
Eddie:... E que o esforço que fiz não foi e nunca será em vão para salvar todas as vidas que estiverem em perigo e cruzarem comigo. – Pausa olhando a sua frente vendo um homem se aproximar – E também quero dizer que, eu não conseguiria se não fosse por esse homem... – E aponta a sua frente fazendo todos olharem em uma só direção.
Todos gritam e batem palmas.
Todos: Sr. Andréas, Sr. Andréas, Sr. Andréas...
Andréas ficou instantaneamente encabulado pelo estardalhaço do grupo, e também pelo fato de todas as pessoas no estabelecimento estarem olhando para ele.
Andréas: Ta bom, ta bom... – Sorrindo com as bochechas rosadas e abanando os braços dando um sinal para todos ficarem menos afoitos – O que eu digo a todos vocês é que estão em boas mãos. E que – Vira-se em direção a Eddie – você trate de cuidar bem de minha filha, senão...
Eddie estava em pé e olha sorrindo em direção a Sabrina sentada ao seu lado. Curva o corpo em direção a ela dando um beijo selinho em sua boca.
Todos: Yeah, yeah... Uhuuuuuu...
Sabrina: Pai senta aqui...
Andréas: Hoje não. – Pegando uma cadeira de uma mesa ao lado – Hoje vou sentar no meio de duas belas loiras.
Sansarah e Simone se levantam e puxam suas cadeiras para ambos lados, deixando um espaço vago entre elas para Andréas.
Thomas: Quando que começa seu trabalho Eddie?
Eddie: Amanhã mesmo.
Sabrina: Então não vai beber muito né...?
Eddie: Amanhã as onze da matina. – E sorri pra ela.
Alex: Vamos encher a cara então... – Levantando o copo novamente fazendo menção a um brinde.
Lisa: Tom, você leva ele pra casa? – Entortando a boca.
Thomas com sorriso no rosto: Fazer o quê?
Margareth pra Lisa, gesticulando a boca.
Margareth: “Preciso ir ao banheiro”.
Lisa: Fui agora pouco Maga...
Simone olhando as duas.
Simone pra Margareth: Eu vou com você.
Simone e Margareth levantam-se e seguem contornando as mesas em direção ao banheiro.
No bar, os sanitários ficavam ao fundo. Para ir, tinha que entrar em um pequeno corredor tendo a porta do feminino ao lado do masculino.
Ao entrarem, como havia somente um reservado, Simone corre na frente e Margareth, vai ao espelho.
Margareth, olhando seu reflexo e mexendo no cabelo: O pai da Sá foi muito legal com o Eddie ajudando na vaga do hospital né...
Simone, no reservado: Verdade... O Eddie lutou muito o ano passado pra entrar, mas não conseguiu. Agora ele esta mais sussa. – Pausa - Maga, posso te perguntar uma coisa?
Margareth: Claro!
Simone: A noite inteira você não deu bola pro Samuel. O quê que ta pegando entre vocês?
Margareth: Não sei, Si. Acho que hoje vou por um ponto final. – Pegando a bolsa e tirando o batom.
Simone: Não acredito? Sério mesmo?
Margareth: Não dá Si. Nós somos muito diferentes.
Simone: Como assim?
Margareth: Ele é muito meloso e ao mesmo tempo parrudo comigo.
Simone: Parrudo? O cara ta na sua. Sempre te agradando.
Margareth: É. Isso quando ele esta fora da academia...
Simone: Mas na academia ele tem que ser profissional.
Margareth: Profissional? Comigo ele é profissional. Agora com as piranhas de lá, ele se abre todo. Se sente o galo em um galinheiro.
Simone: Para de ser boba! Ele não pode demonstrar que esta namorando você.
Margareth: E por que não?
(Barulho de descarga)
Simone saindo do reservado: Você é aluna dele.
Margareth: E qual o problema? – Virando para Simone que chega a frente ao espelho e começa a lavar as mãos.
Simone: Maga, você saiu com o dono da academia. Depois deu um fora porque começou fazer aeróbica com o Samuel. Aí, saiu com o Samuel. Agora quer dar um fora nele porque ele não te dá bola lá?
Margareth não respondeu.
Simone: Se o outro souber que você esta namorando ele, demiti o Samuel...
Margareth: Não sei. Só sei que não ta dando mais. – E se vira para ir ao reservado – Si, você já terminou aí?
Simone: Já.
Margareth: Faz um favor. Pede uma pina colada pra mim no balcão. Se pedir na mesa demora muito.
Simone: Pensa direito no que você vai fazer, Maga. Depois não tem volta.
Margareth no reservado: Ta bom. Ta bom...
Simone abre a porta e sai do banheiro deixando Margareth sozinha.
Após algum tempo, ela dá a descarga e sai do reservado em direção ao espelho. Abre a torneira e começa a lavar as mãos. Ao fechar, ouve vozes vindo do outro lado da porta.
Vai até o papeleiro e puxa duas folhas para se secar.
1º voz -- Hoje você vai ser meu.
2º voz – Pára... Você esta louco. Me solte. E se vier alguém...
1º voz – Venha aqui.
A porta do banheiro masculino abriu raspando no chão. Devia estar mal colocada ou soltando-se.
Ao escutar tudo, Margareth ficou intrigada.
Duas vozes masculinas. “Babado no banheiro” disse em voz alta dando um pequeno sorriso e logo após, pondo a mão na boca com medo que alguém a ouvisse.
Resolveu esperar um pouco para ver quem eram. Sua curiosidade foi longe. Lembrou de uns caras sarados e bonitões de uma boate gay que havia ido no passado. Dançavam só de sunga e óculos escuros em uma jaula.
Ia esperar até a porta do banheiro masculino novamente fazer barulho. Assim, sairia e daria de cara com os protagonistas do tal “babado”.
Passado alguns momentos, cansou-se. Ficou sem paciência. Aquilo poderia demorar, pensou.
Abriu a porta do banheiro e saiu.
Foi em encontro a mesa onde estavam a “sua galera”.
Porém, no meio do caminho notou a falta de Simone, Alex e Thomas. Assim mesmo continuou a andar, contornando as mesas para chegar a sua.
Quando se sentou, olhou ao balcão do bar e viu Simone esperando ser atendida.
Estava só.
Olhou ao redor procurando Alex e Thomas. Ficou extremamente incomodada por não encontrá-los.
Olhou Lisa que com Sabrina, riam muito de Eddie.
Olhou Eddie. Estava imitando pessoas famosas fazendo graça as duas.
Olhou Andréas, Samuel e Sansarah. Todos conversavam seriamente.
Pensou: “Seria aquilo que estaria pensando mesmo”?
Ao olhar em direção ao corredor do banheiro, viu Alex saindo e Thomas logo atrás.
Olhou Lisa novamente.
Olhou Alex.
Olhou Thomas.
Os dois chegaram à mesa e sentaram-se.
Alex pôs o braço ao redor do ombro de Lisa. Ela ainda sorrindo, olhou para Alex, o beijou com um selinho e voltou a atenção novamente para Eddie.
Thomas estava com um sorriso meio bobo no rosto.
Margareth focou com o olhar no centro da mesa e assim ficou. Séria e pensativa. Teve vontade de dar um grito e contar toda a verdade ali. Seria algo horrível de presenciar pra todos, principalmente para Lisa.
Resolveu ficar quieta. Não seria-a estragar a comemoração de Eddie.
Fade off
LEGENDA - Hoje (4:07 AM)
LEGENDA – Hospital Central
Enfermeira: Qual o nome dela?
Lee: Lisa Standford.
A enfermeira pegou uma prancheta e começou a procurar nome por nome.
Após alguns segundos.
Enfermeira: Não consta aqui senhor.
Lee: Como não?
Enfermeira: Não esta na lista.
Lee: Como assim não esta na lista? – Voltando o rosto em direção a Kayla que estava ao seu lado.
Lee: Ela disse o quê pra você?
Kayla: Que estava vindo pra cá.
Lee: Olhe aqui moça, veja novamente sua lista. Lisa Standford.
Novamente a enfermeira pegou a lista e conferiu nome a nome. Não havia nenhum semelhante.
Enfermeira: Não consta mesmo.
Lee: COMO ASSIM? – Gritou.
Enfermeira: Calma senhor.
Lee: CALMA? VOCÊ DISSE CALMA...? – Empurrando uns papeis de divulgação sobre planos de saúde, fazendo todos espalharem ao chão.
Kayla: Moça, onde esta minha irmã?
Lee: ONDE ESTA LISA STANDFORD?
Enfermeira: Senhor, vou pedir mais uma vez que tenha calm...
Lee: EU QUERO SABER ONDE ESTA A MINHA FILHA... – Gritava o homem.
Kayla: CADÊ MINHA IRMÃ?
A enfermeira se altera levantando um pouco o volume da voz.
Enfermeira: Senhor... – Pausa – Aqui é um estabelecimento publico de respeito. Se o Senhor não abaixar o tom de sua voz, chamarei os seguranças.
Lee: EU ESTOU ME LIXANDO PELO O QUE AQUI É... EU QUERO SABER DE LISA, MINHA FILHA... ONDE ELA ESTÁ?
Sem pensar duas vezes, a enfermeira segura seu Walkie-Talkie
Enfermeira: Xavier têm um problema aqui na recepção.
Kayla, com os olhos cheios de lágrimas: O que você esta fazendo?
Nesse momento, uma porta branca de dois lados se abre e dois seguranças aparecem com passos fortes e rápidos em direção ao pai e filha na recepção.
Lee vira o rosto ao lado e vê os dois homens fortes em sua direção e volta a gritar com a enfermeira.
Lee: CADÊ MINHA FILHA!
Ao chegar a Lee, os seguranças seguram os braços do mesmo e os colocam atrás do corpo. Kayla, desesperada com a situação, começa a esmurrar as costas de um deles, fazendo-o se virar e segurar os braços dela.
Lee: ME SOLTEM! EU QUERO SABER DE MINHA FILHAAAA...! – Virando o rosto em direção a enfermeira novamente – EU VOU TE MATAR SUA VAGABUNDA, MERETRIZ... LISAAAAAAAAAA... LISAAAAA...
Enquanto os seguranças conduziam bruscamente Lee e Kayla para uma sala próxima, pessoas ao redor assistiam aquela cena quase que cinematográfica.
Uns colocavam a mão na boca horrorizados com o que estava acontecendo. Outros cochichavam.
Momentos após tudo se normalizar, o telefone na recepção, ao lado de onde estava a enfermeira, toca. Ela o atende.
Segundos após, a enfermeira desliga a ligação sem falar nada e pega um outro telefone.
Enfermeira: Código amarelo repito: Código amarelo. Recepção três. – E o volta a sua base.
A porta por onde havia entrado os seguranças se abre bruscamente e por ela, Eddie entra empurrando uma maca com Lisa deitada.
Atrás de Eddie, uma outra sendo empurrada pela sua parceira. Havia um corpo deitado coberto com um lençol branco, onde algumas manchas de sangue se destacavam.
Alex e Margareth seguiam atrás em passos largos e rápidos acompanhando-os.
Passaram em frente à recepção e seguiram em um corredor à frente.
Dando um espaço de tempo de cinco a dez segundo, uma outra maca empurrada por um rapaz rapidamente atravessa a sala. Nela, Sansarah estava deitada.
Atrás, seguia um outro empurrando uma cadeira de rodas. Samuel.
Fade off
Corta
Fade in
A cena abre em focando a frente de uma Delegacia de Polícia
LEGENDA - (4:22 AM)
Corta
Interior da Delegacia.
Sabrina estava sentada em uma sala. Nesta havia uma mesa com um terminal de computador em cima, umas pastas grossas com vários papeis dentro e um quadro de avisos ao lado na parede.
Havia também um policial sentando a sua frente, falando e digitando ao mesmo tempo. Ela estava com lágrimas nos olhos onde ambos estavam borrados da maquiagem.
Policial 1: Mas quando você freou o carro, ela já estava a sua frente?
Sabrina chorando e falando gaguejadamente.
Sabrina: Quando eu brequei, o carro não parou e eu... – Pausa e choro – Eu não sei como aconteceu. Ela saiu correndo...
A porta da sala abre e um segundo policial faz sinal para o que esta sentado frente à Sabrina.
Policial 1: Aguarde um momento aqui Sabrina. Você quer uma água?
Sabrina chorando muito, apenas balança a cabeça fazendo sinal de positivo.
Ele se levanta e vai até a porta. O outro cochicha algo em seu ouvido. Ao ouvir, ele arregala os olhos e o encara.
Policial 1: Traga água a ela.
Fecha a porta e se senta novamente.
Policial 1: Sabrina... – Pausa – Er... Onde estava seu pai no momento que você atropelou sua amiga?
Sabrina chorava e falava.
Sabrina: Eu não sei. Ele chegou depois.
Policial 1: Ele chegou depois? – Pausa - E ele ficou lá com você?
Sabrina: Ficou um pouco até o Eddie colocar Lisa na ambulância. Depois ele foi junto com eles.
Policial 1: Por que?
Sabrina: Ele disse que ia ajudar a Lisa.
Policial 1: E ele foi na ambulância junto?
Sabrina: Não. Ele foi com o carro dele.
O policial respirou fundo e baixou os olhos. Nesse momento, a porta da sala se abre e o policial 2 entra com uma jarra com água e um copo. Coloca em cima da mesa e a serve.
Vira-se e sai da sala fechando a porta novamente.
Sabrina pega o copo e bebe um pouco da água.
Policial 1: Sabrina... – Pausa – Eu vou falar uma coisa agora pra você e quero que você me prometa ser muito forte, ta?
Sabrina apenas fez sinal que sim balançando a cabeça e olhando, ora para o policial, ora para o chão.
Policial 1: Sabrina... – Pausa – Na ida do seu pai pro hospital... – Pausa – Aconteceu uma coisa.
Aquilo soou tão estranho que ela o encarou.
Policial 1: Sabrina... – Pausa – Aconteceu um acidente com o seu pai.
Sabrina: O... O quê... O que aconteceu?
O policial olhou firmemente nos olhos dela e desviou olhando para uns papeis na mesa. Após, novamente a encarou.
Sabrina: O que aconteceu?
A boca do policial abriu, mas não conseguia falar para a moça sentada a sua frente. Novamente baixou os olhos olhando para os papeis na mesa. Após alguns segundos, respirou fundo pela segunda vez e tornou a encará-la.
Corta
Em câmera lenta e sem som, focaliza Sabrina abrindo a boca lentamente.
Após, focaliza o copo de água caindo lentamente e quebrando em vários pedaços no chão.
Fade Off
Ouve-se somente a voz de Sabrina gritando.
Sabrina: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO...
Créditos
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Na próxima semana, em Climbing Fall
26 fevereiro 2008
LEGENDA - Madrugada de quinta pra sexta (2:53AM)
A cena abre com Samuel estacionando seu carro em frente de uma boate.
Samuel: Você me paga Sam. Você me paga.
Desliga o carro e abre a porta saindo o automóvel já estacionado.
Vai a direção de uma porta onde há um homem de terno e gravata parado em frente.
Samuel: Beleza? Posso entrar para procurar minha irmã?
Homem: Pra entrar tem que pagar entrada.
Samuel: Você não esta entendendo. Apenas quero achar minha irmã.
Homem: Sim. Mas para entrar, você tem que pagar.
Samuel entortou a boca para um dos lados, enfiou a mão no bolso traseiro pegando a carteira, abriu-a e retirou uma nota.
Samuel: Ta aqui.
Homem: Pague ali – E apontou uma pequenina janela ao lado.
Samuel, totalmente impaciente, dá alguns passos chegando à janela e enfia o dinheiro em uma brecha do vidro. Em poucos segundos, na mesma abertura aparece o troco e um ticket.
Samuel pega o dinheiro enfiando no bolso da frente de seu jeans surrado e o ticket entregando-o para o segurança.
Passa pela porta onde havia mais quatro deles onde, um mais alto que o próprio Samuel pede para afastar os braços e as pernas, passando um detector de metal.
Samuel obedece e logo passa por eles. Desce uma escada comprida passando por outra porta, onde uma música alta estava tocava.
Song: Gwen Stefani - What You Waiting For (Niny Alby Remix)
Percebeu que estava em um mezanino que acompanhava toda a parede do estabelecimento em forma oval, com cadeiras e mesas onde havia muitas pessoas.
A sua frente havia mais um andar para baixo, onde via pessoas dançando na famosa pista da boate.
Foi para parapeito de ferro e começou a observar.
Em poucos momentos, viu Sansarah dançando com um rapaz mais alto e de cabelos compridos com um cigarro de lado na boca.
Samuel olhou a sua volta e viu a escada que dava para o andar mais baixo. Saiu em passos rápidos, desceu pulando os degraus de dois em dois, chegando a pista.
Cego e furioso, começou a andar em direção a loira, empurrando um pouco bruscamente todos que estavam a sua frente, até chegar ao casal.
Quando chegou, o rapaz de cabelos longos estava frente à loira, dançando colado nela com a mão em uma de suas nádegas.
O rapaz, com o soco dado, foi pra trás batendo as costas em outras pessoas e caindo direto ao chão desmaiado.
A loira olhou pra ele assustada e ficou mais pálida ainda quando o viu.
Ele a pegou pelo braço e logo começou a puxá-la, voltando na direção por onde tinha vindo.
Sansarah tentava se desvencilhar da mão de Samuel, mas era em vão. Ele foi puxando-a até a porta por onde entrou na boate. A atravessa, ao lado do segurança que apenas os observava.
Tira a chaves do bolso e em seguida enfia na fechadura da porta do carro, girando para um dos lados.
Samuel: Entre aí! – Empurrando a loira para dentro do carro, fazendo-a sentar no banco do passageiro forçadamente.
Sansarah: Me solte seu troglodita. – Sentando-se.
Samuel empurra a porta do carro com força fazendo-a bater com um estrondo. Dá a volta no veículo e entra do lado do motorista.
Samuel gritando: Eu falei que ia dar porrada se te encontra-se com ele. Ta feliz agora?
Sansarah não responde, olhando pra fora da janela, em sentido contrário a Samuel.
Vendo a não atenção, Samuel segura o queixo da moça, forçando-a olhar em sua direção.
Samuel: Estou falando com você... – Grita – Ta contente? – Encarando-a e logo após, soltando o queixo dela.
Enfia a chave no contato ligando o carro e sai em disparada de onde estavam entrando em uma rua. Acelera.
Sansarah grita: VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE SE INTROMETER EM... – É cortada pelos gritos do irmão dirigindo.
Samuel: Eu não tenho direito? Não tenho o escambal! Já falei que não quero irmã minha andando com cara drogado...
Ambos gritavam.
Sansarah: Drogado? Olha só quem fala, seu maconheiro...
Samuel: Pelo menos não uso heroína. E você quer queira quer não, vai aceitar minhas condições.
Sansarah: Você não manda em mim!
Samuel: Aéhh? Enquanto você morar comigo, mando sim.
Sansarah: Assim que eu arranjar um emprego você não vai me ver nunca mais.
Samuel: Cala a boca Sam! Não quero mais discutir com você. – Samuel gritava e pisava mais ainda no acelerador, fazendo o carro aumentar a velocidade.
Sansarah: Quem é você pra me mandar calar a boca?
LEGENDA - Madrugada de quinta pra sexta (3:12 AM)
Samuel: Estou mandando você calar a boca, San!
Sansarah: JÁ DISSE QUE VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!
Samuel: FICA QUIETA...
Sansarah: NÃÃÃO VOOOUU FIIIICAAARRR...
Samuel berra olhando para Sansarah: CAAALA A SUA BO...
Dirigindo, gritando e ao ver o rosto da irmã ao lado olhando pra frente, nota seus olhos extremamente abertos e o medo estampado na face. Ao se virar, deu por si a velocidade do carro e o cruzamento com o farol fechado.
Nem um segundo deu. Foi instantânea a reação de tirar o pé do acelerador e praticamente dar um coice no freio do carro, fazendo barulho do pneu no asfalto arrastando severamente.
A sua frente cruzava uma ambulância e um carro atrás com cinco metros de distancia entre eles.
Corta
A cena foca no cruzamento
A ambulância passou se safando, mas o carro atrás, recebeu a pancada do de Samuel na traseira, fazendo rodopiar no meio do cruzamento batendo direto em outro que estava parado.
Com o choque na parte dianteira, o carro de Samuel levantou apenas do lado dele, ficando em duas rodas pendido para o lado de Sansarah, fazendo-o capotar e bater em um outro estacionado.
O estrondo foi imenso.
Com o barulho, Eddie freia a ambulância bruscamente, dando o retorno na rua deserta e voltando ao local em seguida.
No sentido oposto da ambulância, do outro lado do cruzamento, antes de onde ocorreu à batida, outro carro freia bruscamente.
As casas ao redor, uma ou outra janela ascendeu, dando sinal de vida, pois era uma área totalmente comercial e não havia residências.
A ambulância parou na esquina, no meio da rua antes do cruzamento.
Do outro lado em frente, estava o carro parado no meio da rua que estava atrás do qual, recebeu a pancada.
Após o barulho do choque, houve o silêncio total.
A cena foca na frente da ambulância
Eddie no volante da ambulância, não conseguia se mexer. Sua parceira permanecia imóvel e estava junto a Lisa com o respiradouro na boca, deitada na maca. Ambos não acreditando no segundo acidente.
No carro no meio da rua, de frente à ambulância, estava Margareth ao volante e Alex ao seu lado. Eles também não se moviam.
Todos estavam em choque com o susto.
De um dos lados, estava o carro de Samuel tombado de lado. A roda traseira levantada ainda girava e uma fumaça branca saia do motor.
No outro sentido, próximo a ambulância, estava o carro que recebeu a pancada do de Samuel. Nele, aparentemente pela sombra interior, havia apenas uma pessoa imóvel sentada ao volante.
Eddie pegou o comando do rádio e levou a boca
Eddie: Unidade ST-125 pedindo reforço. Unidade ST-125 pedindo reforço. Acidente com dois carros entre a Rua Quinze e a Lex. Repito. Unidade ST-125 pedindo reforço. Unidade ST-125 pedindo reforço. Acidente com dois carros entre a Rua Quinze e a Lex. Mande outra unidade urgente, cambio...?
Rádio: Informação recebida ST-125. Mandando Unidade ST-318 prevista em cinco minutos. Ocorrência de óbito? Cambio?
Eddie: A averiguar, cambio.
Eddie abriu a porta do furgão saindo correndo em direção ao carro tombado. Deu a volta ficando de frente ao vidro dianteiro do veículo vendo os feridos dentro.
Eddie sussura olhando: Samuel? Sam? – Pausa.
Margareth e Alex observavam de dentro do carro sem acreditar no que os olhos presenciaram.
Eddie começa a chutar o vidro dianteiro já trincado do carro tombado, quebrando-o para retirar os irmãos.
Com o primeiro chute, o barulho despertou Samuel, que olhou para cima (seu lado esquerdo) e depois para o lado do passageiro (abaixo). Vê Sansarah desmaiada com a testa em sangue. Tentava se mexer para soltar o cinto de segurança, mas com o seu peso voltado ao sentido de Sansarah e fraco com a pancada, desistiu.
Samuel diz em voz baixa: Ajude-a Ed.
Após quebrar o vidro dianteiro do carro, Eddie se abaixa e aperta o botão soltando o cinto de segurança de Sansarah, puxando-a para seu ombro e a retirando fora do carro.
Eddie grita em direção ao carro de Margareth: Ajude aqui.
Alex, no carro com Margareth, abriu a porta e correu até onde o carro tombado estava.
Eddie havia tirado Sansarah do carro e cuidadosamente, a levou para a calçada. Logo, ajudaria Samuel.
Alex chega ao carro e entra onde Sansarah estava.
Eddie: Alex empurre o corpo dele pra cima.
Alex empurra com toda sua força o ombro e a cintura de Samuel para cima, fazendo ter uma certa folga para Eddie apertar o botão do cinto de segurança e liberar o ferido.
Ao apertar, o corpo ficou livre, caindo todo o peso em cima de Alex, caindo os dois na porta que estava ao chão.
Eddie segura no braço forte de Samuel, puxando-o para fora.
Como Samuel estava consciente, saiu quase que andando. Apenas estava escorado em Eddie.
Eddie andava totalmente torto e pendido para o lado, pois Samuel era muito musculoso e pesado.
Alex saiu do carro e ajudou segurando Samuel ao lado oposto que Eddie estava.
Nesse momento, uma segunda ambulância chega ao local estacionando próximo ao carro tombado. Dali saíram dois homens abrindo a porta de trás do furgão e pegando a maca indo a direção de Samuel e Sansarah para os primeiros socorros.
Ao ajudar Samuel sentar-se na calçada, Eddie correu para o outro carro.
Song: Nightwish - walking in the air Fade in
Foco: Camera lenta (in)
Ao chegar, notou que o motorista não se movia preso no cinto de segurança. Estaria ele desmaiado, pensou.
Eddie abriu a porta do carro e teve o susto. Suas pernas ficaram mole quando viu quem era o motorista daquele carro. Sr. Andréas, pai de Sabrina.
Eddie teve um flash rápido de um dia ter ido a casa dele buscar Sabrina para ir ao cinema. Outro, cumprimentando Sr. Andréas ao chegar na casa dele. Outro, conversando com ele e rindo também.
Eddie falseou o corpo e caiu sentado vendo a cena.
Andréas estava sentando ao volante e a cabeça caída para o lado, com os olhos abertos.
Com a batida brusca, Andréas pendeu o pescoço para um dos lados muito rápido, quebrando o osso da coluna cervical, tendo a morte instantânea.
Sua parceira vendo o parceiro estático no chão, sua ação foi sair para o ajudar deixando Lisa só no carro. No meio do caminho entre a ambulância e o carro de Andréas, ela voltou para pegar a maca. Após, foi ao encontro de Eddie.
Foco: Câmera lenta (off) / Song: fade off
A cena foca dentro do carro de Margareth
Que noite!
Primeiro veio à cena do choque de Lisa vendo Thomas e Alex juntos. Depois, a de Lisa sendo atropelada por Sabrina. Agora, o acidente com o pai de Sabrina.
Margareth tirou as mãos do volante, levou-as no rosto, cobrindo totalmente.
Sabia que era a percussora de tudo.
Pensou em Sabrina, após ter atropelado Lisa, entrando dentro da viatura de polícia para prestar depoimento e registrar o Boletim de Ocorrência.
Pensou na sorte que Simone teve em não estar no carro de Andréas. Havia contado pra ela sobre o soco que Alex deu no rosto de Thomas e pediu para verificar se ele estava bem.
Thomas...?
Margareth tirou as mãos do rosto e pegou seu celular no console do carro, discando para o de Thomas.
No segundo toque:
Thomas: Alô?
Margareth: Tom?
Thomas: Eu?
Margareth: Tom aconteceu uma coisa.
Thomas: Já estou sabendo. A Simone esta aqui. Ela me disse que Sabrina foi pra delegacia e...
Margareth: Thomas... – Pausa – O pai de Sabrina acaba de sofrer um acidente.
Thomas franzindo os olhos: O que?
Margareth: É isso Tom... E... – Pausa - Eu não sei se ele esta bem.
Corta
A cena vai para Thomas em sua casa, arregalando os olhos e virando o rosto lentamente para Simone, que esta ao lado.
Thomas, ouvindo Margareth, percebeu o inicio do choro.
Thomas: Calma Maga. Onde você está?
Maga: Estou na Rua Quinze.
Thomas: Estamos indo pra aí.
Maga: Não. Vá para o Hospital Central. O Eddie esta aqui e ele vai levar o Sr. Andréas pra lá.
Thomas: Mas, você esta bem? Quem esta com você?
Margareth: O Alex.
Thomas entorta a boca
Margareth: Eu vou pedir pra ele dirigir. Eu não sei se consigo.
Thomas: Estamos indo pra lá. Fique calma. Beijão. – E desliga a ligação.
Thomas se move a frente pegando sua carteira em cima de uma mesinha e ao se virar, fica frente a frente com Simone. Respira fundo levando os olhos ao chão e, retorna a encarar Simone.
Thomas: Vamos para o Hospital Central.
Simone: O que aconteceu?
Thomas: Si. Aconteceu uma coisa. Parece que teve um outro acidente.
Simone: Outro acidente? Como assim? Foi com ela? Ela esta bem?
Thomas: Simone... – Pausa – Não foi com ela.
Simone: Não? E com quem foi?
Thomas olhou para o chão novamente, engoliu seco e respondeu.
Thomas: Foi com o Senhor Andréas.
Simone arregalou os olhos e afastou seus lábios, abrindo a boca lentamente.
Corta com o fade off total juntamente ao som de uma explosão
19 fevereiro 2008
LEGENDA - Madrugada de quinta pra sexta (2:45 AM)
A cena abre com Sabrina em pé, parada na porta da casa de Thomas.
Sabrina em frente da porta da entrada da casa e com o rosto borrado da maquiagem por causa do choro.
Aperta o botão da campainha várias vezes seguidas, não obtendo sucesso em nenhuma.
Sabrina gritando: Tom? Thomas... – E chorando.
A mesma olha para todas as janelas apagadas da frente da casa com a esperança que alguma se ilumine. Novamente tenta espiar em uma a sua frente se teria algum movimento ali dentro.
Nada.
Após alguns momentos sem resposta, Sabrina volta ao seu carro.
Entra, liga e rapidamente engata a primeira marcha acelerando-o quase fazendo a roda derrapar no asfalto.
Sabrina pensando alto: Onde você esta Thomas...? Onde...? – Pausa -...Alex! Só pode.
Como Alex mora mais à frente na mesma rua, acelera o carro indo a direção da casa dele.
Ao trocar para a terceira marcha (quase a 60km), vê uma mulher correndo na rua passando bem na frente do carro onde, automaticamente, pisa no freio com toda força. Porém, o carro não para, arrastando o pneu no asfalto fazendo barulho.
O carro bate diretamente na mulher, fazendo-a voar por cima do teto do veículo.
Quando o carro para totalmente, Sabrina olha o espelho retrovisor interno, vendo o corpo estirado no meio da rua.
Ao olhar para o espelho esquerdo, nota Alex parado com a mão na cabeça no meio de dois carros estacionados.
Sabrina não sentia nada alem de um frio incalculável no estomago.
Lentamente, coloca a mão na maçaneta interna da porta, abrindo-a.
Levanta-se sem sair de perto da porta, apenas ficando em pé.
Song: Evanescence - Understanding
Alex, em direção a Sabrina: O que você fez... O que...?- Pausa - LISA... – E corre até o corpo.
Nesse momento, Sabrina soube quem era a mulher que atropelou.
Alex: MEU... DEUS... SOCORRO!!! – Se desesperando e gritando.
Alex se senta no chão e levanta a cabeça de Lisa colocando em seu colo.
Sabrina permanecia imóvel. Talvez nem se lembrava nesse momento que tinha que respirar.
Alex grita em direção de Sabrina.
Alex: O QUE VOCÊ FEZ? CHAME UM MÉDICO... CHAME UM MÉDICO... SOCORRO!... ALGUÉM ME AJUDE...
Mesmo ouvindo os gritos de Alex, Sabrina demorou alguns momentos para ter alguma reação.
Alex: O QUE VOCÊ ESTA ESPERANDO? – Vendo Sabrina parada apenas olhando - FAÇA ALGUMA COISA... – Grita.
O tempo volta ao normal e Sabrina cai em si, voltando o corpo para dentro do carro e pegando seu celular no banco do passageiro.
Ao segurá-lo, o mesmo começa a tocar.
Sabrina atende no primeiro toque.
Sabrina:... A...A...Alô?
-- Sá. Estou no Alex. Aconteceu uma coisa.
Sabrina indetifica a voz: To-Tom?
Thomas: Sou eu. A Lisa veio aqui e descobriu tudo.
Sabrina: T...Thomas? – Gaguejando não conseguindo falar.
Thomas: Sabrina? Ta tudo bem?
Sabrina olha novamente para Alex e vendo o choro do rapaz misturado com desespero. Pausadamente responde:
Sabrina: Eu acho que matei a Lisa... – Pausa - Isso não está acontecendo...
Corta
A cena focaliza Thomas parado no meio da sala da casa de Alex segurando o celular em seu ouvido.
Thomas: Você o quê? – Sem entender.
Sabrina: Eu atropelei...
Thomas com o celular no ouvido, primeiramente olha para a porta de saída da casa e depois, corre em sua direção atravessando-a e indo para a calçada.
Ao chegar, olha para ambos os lados e quase quinhentos metros de onde estava, vê dois faróis parados iluminando o meio da rua em sua direção, deduzindo que só poderia ser o carro de Sabrina.
Seu estomago gelou, mas mesmo assim, começou a correr pela calçada naquela direção.
Corta
A cena vai para Alex gritando com a cabeça de Lisa em seu colo
Alex: CHAME UM MÉDICO... SOCORRO!!!
Sabrina aperta a tecla vermelha do aparelho finalizando sua ligação com Thomas, discando um número de telefone em seguida.
No segundo toque...
-- Emergência, o que posso ajudar? – Uma voz feminina.
Sabrina: Ac... Aconteceu um atropelamento! – Falando alto e nervosamente.
-- O que aconteceu senhora?
Sabrina: Um atropelamento... Por favor, manda uma ambulância! – Quase gritando.
-- Senhora, fique calma. A senhor disse atropelamento?
Sabina: Isso. Manda um médico, por favor...
-- Calma senhora. A senhora sabe se ocorreu óbito?
Sabina: Não sei... Manda uma ambulância rápido pelo amor de Deus...
-- Sim senhora. Vou acionar agora uma patrulha com uma ambulância. Onde a senhora está?
Sabrina: Eu estou perto da casa do Alex... – Confusa com a situação.
-- Mas qual o endereço senhora?
Sabrina: Eu não sei perai... – Pausa. Sabrina corre até onde Alex e Lisa estão – Alex, qual o nome da rua...?
Song: Fade off
Song: trilha incidental
Corta
A cena vai para Thomas
Thomas correndo pela calçada vê Margareth caída e desacordada ao chão. Ao chegar perto, se abaixa e começa dar leves tapas no rosto de Margareth com o intuito de acordá-la.
Thomas: Maga... Maga... Acorda Maga... – Agindo rapidamente e ao mesmo tempo, nervoso.
Margareth abre os olhos e olha para Thomas:
Margareth: Hã... O que aconteceu...? Onde estou?
Thomas: Acho que você desmaiou...
“Desmaiou”. A palavra soou como um choque para Margareth. Lembrou-se de Lisa correndo para a rua, do carro vindo e do corpo da amiga voando por cima do teto do veículo em movimento. Num impulso, empurra Thomas, levanta-se e começa a correr meio em zig e zag pela calçada devido à tontura do desmaio. Não estava bem mas, o desespero do momento a fortalecia.
Thomas se levanta em seguida e vai atrás.
Corta
A cena focaliza Alex sentado no chão com o pescoço de Lisa em seu colo e, logo atrás, algumas casas.
Ao redor de onde Alex e Lisa estavam, luzes de casas próximas começaram a se iluminar.
Algumas pessoas começaram apareciam na janela, outras a sair de suas residências para prestar algum tipo de socorro em direção ao meio da rua.
Alex chorava e gritava ao mesmo tempo: “Isso não esta acontecendo... Não esta...”.
Margareth correndo, se aproxima de Alex e Lisa empurrando algumas pessoas que já estavam em volta, mas não faziam nada, pois Alex não deixava.
Abaixa-se e coloca a mão no ombro de Alex e ao mesmo tempo no rosto de Lisa.
Alex grita empurrando-a: NÃÃÃÃO...
Margareth cai sentada. Uma mulher atrás dela a ajuda se levantar.
Alex nesse momento apenas chorava e, alem de se sentir culpado, queria proteger Lisa de tudo e de todos.
Thomas surge logo atrás da senhora que ajuda Margareth.
Song: Garbage - Crush (Gothic Remix)
Alex o vê.
Alex: Você esta contente agora? Ta contente? Era isso que você queria? – Diz alto.
Thomas: Ma eu não fiz...
Alex grita: SUA BICHA ESCROTA... SUMA DAQUI – Em meio de choro e grito – SUMA SEU VIADO, SUA BICHA VADIA... SAIA DAQUI AGORA... SAIA...
Thomas: Mas Alex...
Alex com cuidado tira a cabeça de Lisa de seu colo colocando-a no chão e levanta-se seguindo em direção a Thomas com passos largos.
Thomas dá dois passos para trás.
Alex fecha a mão e com toda a sua força, da um soco no rosto de Thomas, fazendo-o cair para trás.
Algumas pessoas que estavam ali seguraram Alex, fazendo não se mexer a continuar bater em Thomas. Outras correram e ajudavam Thomas se levantar do chão, separando os dois definitivamente.
Alex: SAIA DAQUI SUA BICHA! – Gritou novamente.
Margareth muda, não se manifestou. Estava tão assustada que não sabia se olhava para a briga de Alex e Thomas ou Lisa.
No seu interior, sabia que ela sim era a culpada. Não Thomas. Mas não adiantaria falar nada agora.
Thomas, tonto com o soco, já de pé, sente de repente, no lado que levou o soco, seu rosto ficar quente e gelando após. Ao passar a mão e olhar a mesma, vê sangue. Sua sobrancelha havia cortado com o golpe.
Se desvencilhando dos braços de alguns ainda, Thomas sai correndo empurrando alguns ali, em sentido contrario àquela confusão.
Sabrina, ainda em pé, voltou para o carro, se encostando-se à porta.
Estava dispersa com a realidade. Não se movia. Estava em choque com tudo. Não conseguia falar, andar ou expressar qualquer reação a não ser, sua boca entreaberta.
Quando as pessoas (vizinhos) soltaram Alex, o mesmo novamente voltou para onde estava, junto com Lisa.
Ao chegar, Margareth apenas ajoelhada, levanta-se e vai até Sabrina.
Song: Fade off
Margareth, estendendo a mão: Dá o seu celular...
Sabrina com o aparelho ainda em mãos, entrega para Margareth.
Ao pegar, começa a digitar um número de cabeça.
Aguarda o primeiro toque e o segundo.
No terceiro, uma voz feminina atende.
--Alô?
Margareth: Quem fala?
-- Com quem deseja falar?
Margareth: Por favor, Sr. Michael?
-- Quem ta falando?
Margareth: Margareth.
-- Oi Maga. Não esta reconhecendo minha voz?
Margareth: Quem é? – Seca, brusca e apreensiva.
-- É a Kayla. Tudo bem?
Margareth amolece: Oi Kayla. – Pausa - Er... Kayla... – Pausa novamente.
Kayla estranha a situação: O que foi Margareth? Aconteceu alguma coisa?
Margareth: Kayla... Er... Bem, não vou te enrolar. Sua irmã sofreu um acidente.
Kayla: O que?
Margareth: A Lisa foi atropelada.
Barulho de sirene de ambulância se aproximando.
O estomago de Kayla embrulha: O que? Como assim? Onde foi? Quando?
Margareth: Foi agora. Seu pai esta ai?
Kayla: Esta dormindo. Onde você esta?
Margareth: Estou perto da casa do Alex.
Kayla: Estou indo pra ai.
Margareth: Não. A ambulância acabou de chegar. Eles vão levar a Lisa para o hospital.
Kayla começando a chorar: Ai meu Deus... Pra qual hospital? Como ela está?
Margareth: Eu não sei. Vou ver e já ligo em seguida e você vai direto pra lá, ta?
Kayla: Mas como ela esta? – Chorando.
Margareth se vê sem saída e desliga o telefone.
Mais à frente, as luzes da ambulância aparecem bem fortes e rapidamente, encostando próximo ao carro de Sabrina.
As portas do furgão abrem-se e logo saem um rapaz com uma caixa de primeiros socorros e uma moça com um estetoscópio no pescoço.
Vão a direção onde Lisa e Alex estavam.
Ao chegar...
-- Alex?
Alex: Eddie?
Eddie arregalando o olho e quase levando um choque: Lisa? Meu Deus... O que aconteceu?
Alex chorando: Ela foi atropelada...
Eddie: Meu Deus! – Tirando-a do colo do rapaz – Me dê espaço.
Alex se levanta indo um pouco pra trás.
A parceira de Eddie, vendo a moça caída, com sangue no rosto e pernas, sai em direção à ambulância.
Eddie abre a caixa e já começa a prestar os primeiros socorros em Lisa.
Corta
A cena vai para Margareth
Margareth estava junto a Sabrina (próxima ainda ao carro) quando escuta alguém a chamar.
-- MARGARETH... MARGARETH.
A mesma olha para trás e vê Simone a alguns metros, levantando o pescoço a procurar.
Margareth vai ao seu encontro.
Simone: O que aconteceu?
Margareth: A Lisa foi atropelada.
Simone: O que? Como assim?
Antes que respondesse, Andréas (pai de Sabrina) surge em sua frente.
Andréas: O que aconteceu aqui?
Simone: A Lisa foi atropelada.
Andréas: Como isso? Como aconteceu?
Margareth: Sr. Andréas, ela atravessou a rua e...
Andréas: Cadê o motorista do carro?
Margareth abriu a boca e ia responder, mas as palavras não saíram.
Andréas novamente: Cadê o motorista?
-- MARGARETH... MARGARETH...
Sabrina a chamava vindo em sua direção. No entanto, viu a cena e parou ao lado de Margareth estando frente a frente Simone (sua melhor ex-amiga) e seu pai.
Corta
Sete quadras do acidente
LEGENDA - Madrugada de quinta pra sexta (2:59 AM)
Um rapaz corpulento andando e segurando fortemente o braço de uma moça loira com lágrimas nos olhos, parando ao lado carro.
Tira a chaves do bolso e em seguida enfia na fechadura da porta girando para um dos lados.
Samuel: Entre aí! – Empurrando a loira para dentro do carro, fazendo-a sentar no banco do passageiro.
Sansarah: Me solte seu troglodita. – Sentando-se.
Samuel empurra a porta do carro com força fazendo-a bater com um estrondo. Dá a volta no veículo e entra do lado do motorista.
Samuel gritando: Eu falei que ia dar porrada se encontra-se você com ele. Tá feliz agora?
Sansarah não responde, olhando pra fora da janela, em sentido contrário a Samuel.
Ríspido, Samuel segura o queixo da moça, forçando-a olhar em sua direção.
Samuel: Estou falando com você... – Grita – Tá contente? – E solta o queixo dela.
Enfia a chave no contato, ligando o carro e saindo em disparada de onde estavam.
Entra em uma rua e acelera.
Corta
A cena vai para Thomas entrando no portão de sua casa indo a porta de entrada.
LEGENDA - Madrugada de quinta pra sexta (3:07 AM)
Thomas enfia a chave na fechadura da porta, abre e entra.
Falando sozinho: Seu imbecil!... Droga! Droga! Droga!... – Bate a mão em sua cabeça, passando pela sala e andando em direção ao banheiro.
Thomas: Você me paga Alex. – Pausa – Não vai ficar assim.
Entra ao banheiro e se olha ao espelho. Vê a face metade ensangüentada.
Thomas: Filho da puta...
Abre a torneira e começa a lavar o rosto.
- Eu não fiz nada... NADA – Grita jogando água no rosto – Você vai me pagar Alex. Você não sabe com quem mexeu.
Novamente, faz concha com as mãos embaixo da torneira aberta e joga no rosto. Levanta a cabeça e olha-se no espelho ficando estático, vendo o ferimento na sobrancelha.
Song: Faith No More - We Care a Lot
Em um momento, olhou para o fundo de seus olhos. Sua boca começou abrir um pequeno sorriso maléfico.
- Isso... Isso mesmo que vou fazer... – E sorri.
Thomas sai do banheiro e vai para seu quarto, em direção ao computador. O liga.
Volta para o banheiro e pega uma toalha branca colocando e apertando sobre o corte.
Volta para o quarto e se senta na cadeira em frente ao computador.
- Você vai ver agora quem é a bicha! – Dando uma gargalhada – Quero ver agora quem é o fortão, machão... – E novamente gargalha.
Thomas esperando impaciente o computador iniciar pressionava a toalha sobre o corte e balançava suas pernas sem parar. Sua ansiedade estava à flor da pele.
Quando o computador termina sua inicialização, Thomas joga a toalha em cima do monitor e começa a digitar, abrindo a Internet e acessando seu e-mail.
- Você esta ferrado Alex. – Gargalha mais uma vez – Todos vão saber da nossa brincadeira agora. Ou melhor, a sua.
Thomas coloca sua senha na pagina do e-mail, que abre em seguida.
No campo destinatário da pagina para o envio, havia uma opção em negrito:
“TODOS CONTATOS”.
Thomas clica em cima dela, fazendo todos os endereços e-mail que possuía ficarem ativos a receber qualquer mensagem que fosse enviar.
A seguir, entra no programa de edição de vídeo e adiciona uma música em mp3 de seu computador, adiciona o arquivo de vídeo cortando o começo e o final, deixando somente um pedaço do mesmo.
Clica em “Salvar como” e escreve “Alex Sensual”.
Fecha a edição de vídeo.
Volta para a página de e-mail e clica em anexar, abrindo uma janela.
Havia alguns arquivos de vídeos nela e também o“Alex sensual”.
Thomas clica duas vezes em cima desse arquivo escolhendo o vídeo.
Da um OK com o mouse e a mensagem aparece:
“O VIDEO FOI ANEXADO COM SUCESSO”.
Em seguida clica em enviar mensagem na página do e-mail.
Outra mensagem aparece.
“MENSAGEM ENVIADA COM SUCESSO”
Thomas: Agora todos vão saber quem é a bicha escrota.
Thomas fecha a pagina da Internet. Automaticamente, abre uma pasta no computador. Dá dois chiquês com o botão esquerdo do mouse, abrindo o vídeo que havia enviado a todos de sua lista.
Thomas assistindo: Eu queria ser uma mosquinha pra ver o rosto do pessoal do banco onde você trabalha Alex. Principalmente quando o pai da Lisa ver isso! – Gargalha.
Corta ao som de uma explosão escurecendo totalmente a tela junto com a gargalhada de Thomas que vai sumindo gradativamente.
12 fevereiro 2008
S01X04 - "Isso não está Acontecendo"...
Song: Tamia - Stranger In My House (Thunderpuss Radio mix) tocando em um volume baixo no bar
A cena abre focalizando o carro de Sabrina com ela no volante, Simone ao seu lado de passageira e Kayla sentada no banco de trás.
Simone: Mas, por que não Ka?
Kayla: Hoje não. Estou cansada.
Sabrina: Não. Só um drink e eu te levo depois.
Kayla: Não. Combinei com a Li de ir direto pra casa.
Simone: Ela vai acordar tarde amanhã. Ela foi num show com Alex, o Tom e a Maga.
Kayla: Ah, mas ela não vai falar nada pra eles que eu to chegando né?
Sabrina: Não. Conversei com ela à tarde e combinamos que não contaríamos nada. A galera vai ficar super feliz que você voltou.
Kayla: Legal.
Simone aponta um barzinho com o dedo
Simone: Pára aqui Sa.
Kayla: Nossa. O Glass não mudou nada.
Simone: E nessa cidade muda alguma coisa?
Todas riem.
Sabrina passa na frente do bar parando o veículo três carros à frente da entrada.
Kayla: Gente, não. Eu estou super cansada...
Simone: Só uma coca então.
Sabrina estaciona o carro e as três descem indo direto a entrada do bar Glass, parando na porta e vendo uma mesa vazia perto da janela.
Simone: Ali. – Aponta e segue na frente das duas para a mesa.
Sentam-se.
O garçom vem em seguida
Sabrina: Três cocas.
O rapaz anota o pedido e sai.
Sabrina: E aí... Conta como foi lá.
Kayla olha rapidamente para Simone e começa.
Kayla: Bem, foi meio legal e meio chato.
Sabrina: Por que?
Kayla: Sa, eu gosto de pintura, mas ficar desenhando durante oito horas, seis dias por semana cansa.
Simone: E os caras de lá?
Kayla: Sua assanhada... – Risos - Na verdade não deu muito tempo pra sair nem nada. O dinheiro estava contado pro curso.
Sabrina: Mas você não saiu com ninguém?
Kayla: Não sou santa né... – Sorrindo – Tinha uns gatinhos lá, mas a maioria ou era muito novo ou muito velho. E os caras de lá não faziam muito meu tipo.
Sabrina: Ká, não me diga que você ainda... – Fazendo cara de ressabiada.
Kayla: O que? O Eddie? Não. Não sinto mais nada por ele. Hoje eu vejo apenas como amigo.
Sabrina: E ele sabe que você voltou pra Climbing Fall?
Nesse momento, o garçom aparece e coloca três cocas e três copos em cima, da mesa, servindo-as.
Kayla: Ele não sabe. Não nos falamos mais desde aquela noite.
Simone: Quando vocês acabaram, ele ficou mal. Ainda mais depois de saber que você tinha ido embora. Quase pirou...
Kayla: Eu apenas segui com minha vida. . – Pegando o copo e bebendo um pouco, fazendo-se de superior.
Simone: Kayla, você foi pra outro Estado e não falou nada pra ele.
Kayla: É, mas ele também não apareceu em casa e nem ligou pra mim pra saber com eu estava quando disse que não queria mais nada.
Silencio
Kayla: E como ele está?
Simone: Ele esta bem agora. Ta fortão. Depois que você foi embora, ele começou fazer aula lá na academia. Esta trabalhando com meu pai.
Kayla: Que legal. E ele está saindo com alguém?
Simone: Eu o vejo sempre sozinho.
Sabrina: Eu o vi semana passada com uma garota.
Sabrina sente sua canela doer devido um chute de Simone, mas não demonstra nenhuma reação.
Sabrina: Mas não deve ser nada sério. – Consertando a situação.
Simone: E não é mesmo. Você sabe que ele sempre gostou de você.
Kayla: É, mas então por que ele acabou tudo comigo?
Simone e Sabrina abaixam os olhos e ficam quietas sem terem o que responder.
Kayla pega o copo e dá mais um gole na coca.
Simone: Você ainda ta na dele né?
Kayla levanta os ombros concordando com a situação.
Sabrina: Nossa Ká. Quase dois anos e você gosta dele? Por que você não desencana?
Kayla: Muita coisa aconteceu. Eu fui uma burra de não ter falado nada também.
Sabrina curiosa: Falado o que?
Kayla gagueja: Se... Sei lá... Do que aconteceu...
Simone: Mas...
Kayla: Gente, eu vou nessa.
Sabrina: Como assim?
Kayla: Eu to cansada. Quero chegar em casa e ir pra cama.
Sabrina: Então vamos.
Kayla: Não. Quero ir sozinha. – Levantando-se – Digamos que tem certas coisas que o passado não apaga de imediato. Que dirá, em um ano e meio.
Simone: Nem pensar que você vai pra casa sozinha. Mal chegou e...
Kayla: Gente, não! – Alterando-se – Fiquem.
Sabrina: Mas suas coisas...
Kayla: Amanhã você leva lá em casa. Eu só trouxe roupas. Vou pegar um táxi. Tem um ponto ali na esquina. Simone: Putz Ká... Desculpe.
Kayla: Na boa gente. Esse assunto mexe ainda comigo e, nesse momento eu quero ficar sozinha. Eu que tenho que trabalhar isso. Amanhã a gente se fala. Fui! – E sai em direção a porta.
Simone: Caramba Sá! Que mancada!
Sabrina: Meu, não foi por querer. Saiu assim sabe... E outra, ela ainda ta na do Eddie e ele se divertindo por aí.
Simone: Ele não esta se divertindo como você diz.
Sabrina: Ih... Vai defender ele também? Se liga né... Ou melhor, ela precisa se ligar. – Apontando pra rua.
Simone: Sabe o que é engraçado? Às vezes eu cruzo com ele e sempre me pergunta dela. Nossa... Isso não esta acontecendo... Que chato né? Mal chegou e vai embora...
Sabrina: Vai fazer o quê?
Simone: Ela ainda deve gostar muito do Eddie.
Sabrina: Por que é tonta. Ah Simone... Vamos falar a verdade agora: Primeiro leva um fora do cara. Segundo que vai embora e também não procura ele e aí depois de um ano e meio, volta e ainda gosta do cara? – Fazendo cara de pouco caso.
Simone levanta os ombros e ficando quieta.
LEGENDA - (1:45 AM)
Nesse momento, ouve-se o barulho de um celular tocando.
Como o telefone de Simone estava em cima da mesa, Sabrina abre a bolsa e pega seu aparelho:
Sabrina: Alô?
Thomas: Acabei tudo. Tudo mesmo.
Sabrina: Calma Tom. Vem pra cá.
Thomas: Não. Estou indo pra casa.
Sabrina: Quer que eu vá te buscar?
Thomas: Não. Te ligo de casa.
A ligação é cortada.
Simone: Quem era? – Pergunta sentada a sua frente com as mãos na mesa ao lado do celular.
Sabrina: Thomas. – Segurando seu celular com os olhos arregalados.
Simone: Nossa. Hoje tem uma bruxa no ar. O que aconteceu? – Com a face assustada.
Sabrina fingindo não saber de nada: Não sei. Ele não esta bem.
Simone: Nossa. Ele não foi no show com o Alex, a Lisa e a Maga?
Sabrina: O show já acabou. Eu vou até a casa dele.
Simone: Mas ele não falou o que acont...
Sabrina: Não sei o que aconteceu tá! – Ríspida – Vamos embora. Te deixo na sua casa. – Ficando aflita.
Simone: Calma Sá. Só to perguntando. Também to preocupada agora. – Pegando a bolsa – Eu vou com você. Só vou ao banhei...
Sabrina a interrompe: Não. Se você for, pode ser que ele não fale nada o que esteja acontecendo. – Mentindo – Te deixo em casa e vou pra lá. Amanhã a gente conversa sobre isso.
Simone: Então ta. – Conformando-se – Vai pedindo à conta que eu vou ao banheiro. – Levanta-se e sai em direção ao fundo do estabelecimento.
CORTA
LEGENDA - (2:43AM)
A cena abre com o carro de Margareth entrando na rua da Casa de Alex.
Lisa, permanecia estática, com os olhos arregalados, abre a bolsa em seu colo tirando um molho de chaves.
Margareth: Você tem a chave?
Lisa: Vou entrar lá.
Margareth: Tem certeza Li? – Diminuindo a Velocidade estacionando o carro em frente da casa de Alex.
Lisa: A luz esta acesa.
Margareth: Você sabe que, se você entrar e nada tiver acontecendo, Alex vai querer saber o que esta acontecendo e se você não saber o que falar vai sujar pro teu lado...
Lisa, como não tivesse ouvido nada, abre a porta do carro e sai em direção ao portão da casa de Alex.
Automaticamente, Margareth vira-se ao banco de trás do carro e agarra a bolsa, colocando no colo. Abre o zíper e pega o celular. Digita um número e leva o aparelho ao ouvindo vendo Lisa entrar pelo portão.
A ligação é completada logo no primeiro toque.
--Alô?
Margareth: Sou eu. Estou aqui na casa do Alex com a Lisa. Ela tem a chave e esta entrando. O que eu faço?
--Margareth?
Margareth: Me ajuda Simone...
Simone: Perai, o que esta acontecendo?
Margareth aflita: Saímos do show e o Alex não quis levar a Lisa e foi embora com o Tom.
Simone: Mas o Tom ligou pra Sabrina quando a gente estava no bar. E deve ter acontecido alguma coisa, pois...
Margareth a interrompe: Ela esta na porta parada... E ela tem a chave... Ai Meu Deus Simone...
Simone: Ela tem a chave? Como?
Margareth: Sei lá. Acho que o Alex deu uma cópia pra ela... Meu Deus, Simone, ela esta abrindo a porta, o que faço? E se o Tom estiver lá? Vem pra cá agora...
Simone: Nossa, o que eu faço?
Margareth: O que você faz? Vem pra cá caramba...
Simone: Maga você não faz idéia do que esta acontecendo.
Margareth: Como assim?
Simone: Eu e a Sabrina estávamos no Glass e...
Margareth: Meu Deus... Ela entrou...
Margareth sem saber o que fazer aperta a tecla off do celular desligando a ligação e joga-o no banco do passageiro. Abre a porta do carro ficando em pé, parada ao lado olhando em direção a Lisa.
CORTA
A cena vai para Lisa
Parada na porta e sem se mexer, Lisa sente o mundo parar.
Com o que viu, seu rosto ficou mais pálido ao que já estava e seu estomago foi na boca.
Não havia palavras nem nada.
A cena que via era Thomas, nú, deitado no sofá abraçado a Alex, também nú, ambos se beijando.
Thomas sentindo a presença de alguém e abraçado a Alex, levanta a cabeça olhando em direção a porta.
Thomas: Li...?
Alex também levanta a cabeça e vê sua namorada parada a porta assistindo a cena.
Lisa perplexa olha fixamente com a face desesperada, desapontada e assustada para Alex.
Lisa: Por que...?
Num impulso, Alex levanta do sofá e rapidamente pega sua cueca vestindo-a.
Lisa: "Isso não esta acontecendo"... – Diz chocada.
Alex estava pálido e não sabia o que falar enquanto Thomas, não se movia.
Lisa, olhava nos olhos de Alex esperando alguma palavra.
Nada saia da boca de Alex e muito menos passava algo pela sua mente.
De onde Margareth estava, conseguia ver Lisa parada na porta com um olhar parado e terrivelmente assombrada.
Empurra a porta do carro fechando-a e vai num passo rápido até ela. Ao chegar, se depara com a mesma cena.
Muda, sua reação foi arregalar os olhos.
Com a chegada de Margareth, Tom dá um pulo do sofá ficando de pé, pegando sua calça e vestindo-a.
Com o movimento rápido de Thomas, o tempo volta a andar para Lisa, empurrando Margareth, que estava ao seu lado, e saindo correndo pra fora da casa em direção a calçada.
Alex grita: LISA!
Margareth com o empurrão cambaleia, se escorando na parede e, ao ver Lisa sair correndo, vai atrás dela gritando por seu nome.
Lisa, sai pelo portão e começa a correr pela calçada.
Logo atrás é a vez de Margareth sair, seguindo-a.
Alex, dentro de sua casa, começa a se vestir rapidamente berrando pelo nome de sua futura ex.
Thomas em pé, já com as calças, olha para Alex colocando as calças e abotoando-as.
Quase ao mesmo tempo, Alex encara Tom.
Alex: Como você pode Tom? – Com rosto de decepção. - Por que? – E sai correndo atrás das duas.
Nada saiu da boca de Thomas como também, não se mexeu. Ficou ali parado sem saber o que falar ou fazer. Talvez tenha sido o choque de ver a face de desapontamento de Alex para com ele.
CORTA
LEGENDA - (2:46AM)
A cena vai para Margareth correndo atrás de Lisa.
Margareth: LISA...? – Grita quase sem ar correndo atrás.
Lisa, com lágrimas nos olhos, corria quase além do que conseguia. Seu único pensamento era sumir dali.
Vindo por último, Alex, já quase ultrapassando Margareth.
Quando a ultrapassou, Margareth diminui o passo e encosta-se quase se jogando de cansaço em um dos vários carros estacionados, um atrás do outro na guia da calçada.
Numa fração de segundo, Lisa olha para trás, vendo Alex a apenas uns 4 metros de distância. Entra no meio de dois parados, seguindo em direção ao outro lado da rua.
Nesse momento, Alex se desespera e grita com toda força: LISAAA...
Lisa, correndo atravessando a rua, olha para o lado e apenas vê uma claridade muito forte a cegando e o barulho de pneus de carro arrastando no asfalto.
O carro a acerta, fazendo o corpo de Lisa voar por cima do teto, derrapando e parando após no meio da rua.
Alex, para de correr não acreditando no que tinha visto.
Um pouco mais atrás, Margareth, sem fôlego e escorada no carro, perde os sentidos e desmaia vendo a situação.
CORTA
A cena vai para Thomas
Parado, olhando o vazio, Thomas se abaixa pegando seu tênis e vai ao sofá sentar-se para calçá-lo.
Após, levanta-se e segue em direção do rack da sala para pegar seus documentos e seu celular.
Guarda sua carteira e segura seu telefone dando um suspiro.
Abre o folder e aperta o redial duas vezes, discando para o último número. Sabrina.
No seu primeiro toque, uma voz feminina atente.
Sabrina:... A...A...Alô?
Thomas com a voz pra baixo: Sá. Estou no Alex. Aconteceu uma coisa.
Sabrina: To-Tom?
Thomas: Sou eu. A Lisa veio aqui e descobriu tudo.
Sabrina: T...Thomas? – Gaguejando.
Thomas, estranha o tom da voz de Sabrina.
Thomas: Sabrina? Ta tudo bem?
Sabrina pausadamente responde: Eu acho que matei a Lisa... – Pausa - Meu Deus... "Isso não está acontecendo"...
A cena focaliza Sabrina parada ao lado do carro com a porta aberta e o celular no ouvido olhando o corpo de Lisa esticado no meio da rua.
CORTA
06 fevereiro 2008
S01x03 - O outro Lado
LEGENDA - Madrugada de Quinta para Sexta (1:44 AM)
“A cena abre com Thomas batendo a porta do carro e debruçando na janela do passageiro”.
Thomas: Dar um tempo de você. – Levanta e começa a andar na direção contraria que o carro esta.
Alex puxa o breque de mão do carro, ainda ligado, abre a porta saindo e gritando em direção a Thomas:
Alex: Caramba Tom!... Volta aqui! – Pausa e em seguida, o grito – THOMAS!
Thomas começa a correr.
Alex, olhando Tom se distanciar, fala em voz baixa...
Alex: Poxa Tom...
Thomas correndo vira a esquina e diminui o passo, enfiando a mão e pegando de dentro do bolso o celular. Abre o folder vendo o horário e apertando o botão verde duas vezes, ligando para o último número discado.
LEGENDA – (1:45 AM)
Com o celular já no ouvido, Thomas ouve o primeiro toque...
Ouve o segundo toque ainda caminhando.
No terceiro toque, alguém atende.
--Alô? – voz de uma mulher.
Thomas: Sou eu. Acabei tudo. Tudo mesmo.
--Calma Tom. Vem pra cá.
Thomas: Não. Estou indo pra casa.
--Quer que vá te buscar?
Thomas: Não. Te ligo de casa. – E desliga o celular.
Thomas fecha o folder desligando a ligação.
Continua andando até que um carro em alta velocidade vira a esquina a sua frente e vem em sua direção parando onde esta.
Thomas: Essa não... – Parando de caminhar e olhando dentro do carro.
Song: Thirteen Senses - Into The Fire
Alex de dentro do carro: Quero falar com você...
Thomas: Não temos mais nada pra falar Alex.
Alex, ainda dentro do carro, puxa o freio de mão e abre a porta saindo rapidamente, deixando-o ligado. Dá a volta no mesmo e vai em direção a Thomas.
Alex: Temos sim. Não quero dar um tempo.
Thomas: Mas eu quero. – Olhando firmemente em seus olhos.
Alex: Tom espere...
Thomas: Me deixe Alex. Não sou mais nada seu. Vá embora!
Alex: Não. Eu quero você.
Thomas: Eu, a Lisa e quem mais?
Alex mudo.
Thomas: Estou cansado de ser seu amante, ou seja, lá o que for... – E abaixa a cabeça com lágrimas nos olhos.
Alex: Vem cá. – Abraçando-o.
Thomas: Não. Me solte. – Empurrando os braços de Alex – Não dá. – Pausa olhando ele.- Ou uma coisa, ou outra.
Novamente Thomas ouve o celular tocar. Enfia a mão no bolso e o pega olhando o folder, vendo as horas e o número que esta chamando.
LEGENDA – (1:59 AM)
Thomas: Alô?
Uma voz feminina responde.
-- Onde você está?
Thomas: Ainda estou aqui.
-- Estou indo aí.
Thomas: Não. Ele esta aqui.
-- Vou pra sua casa.
Thomas: Não. Ta tudo bem mesmo.
-- Não está. Te espero lá. – E desliga.
Alex: Quem era? – Pergunta severamente.
Thomas: Ninguém.
Alex: Não. – Segura Thomas fortemente pelo braço – Você disse que “ele está aqui”. Quem que sabe da gente?
Thomas: Não te interessa. Me solte. – Tentando se soltar dos braços de Alex.
Alex gritando: FALA THOMAS...
Thomas ainda preso pelos braços de Alex, o olha firmemente.
Thomas: Sabrina.
Alex: Por que você contou a ela Tom? – Soltando-o com um ar de decepcionado junto ao desespero – Por que?
Thomas: Pelo único fato de eu não agüentar mais nossa situação. Eu preciso falar com alguém. Você não quer falar. “Tudo esta bom pra ti mas e pra mim? E pra mim Alex. – O encara - E aliás, as pessoas não são bobas sabia? Uma hora começariam a perceber. Mas agora não importa mais nada.
Uma pausa entre os dois, frente a frente.
Alex: Tom. Não faça isso com a gente...
Thomas: Com a gente Alex?
Alex: O que é que você quer? – Alterando a voz.
Thomas: Como assim? O que eu quero? – Empurra Alex – Quero que você me esqueça. Estou cansado dessa situação. Você pode se enganar à vontade Alex, mas eu não vou fazer isso comigo. – E se vira começando a caminhar ao lado oposto a que Alex esta.
Alex dá alguns passos rápidos e largos e o alcança segurando-o forte, fazendo com que Thomas não consiga se mexer. Porém, Thomas começa a se debater.
Alex: Pare... Eu não posso negar que gosto da Lisa, mas também não posso negar que gosto de você. – Olhando para os olhos de Thomas.
Thomas, de frente para Alex, com lágrimas nos olhos.
Thomas: Então faça a sua escolha Alex. – Pausa – Ou você fica com a Lisa... – Pausa novamente - Ou você fica comigo...
Alex olha firmemente para os olhos de Thomas.
Corta
Fade in em um bar, muitas mesas e uma em especial, próxima à janela do mesmo.
LEGENDA - Madrugada de Quinta para Sexta (1:44 AM)
Song: Tamia - Stranger In My House (Thunderpuss Radio mix) tocando em um volume baixo em um bar não muito longe dali.
Na mesa estão Sabrina e Simone conversando.
Simone: Ela ainda deve gostar muito do Eddie.
Sabrina: Por que é tonta. Ah Simone... Vamos falar a verdade agora: Primeiro leva um fora do cara. Segundo que vai embora e também não procura ele e aí depois de um ano e meio, volta e ainda gosta do cara? – Fazendo cara de pouco caso.
Simone levanta os ombros e ficando quieta.
Nesse momento, ouve-se o barulho de um celular tocando.
Como o telefone de Simone estava em cima da mesa, Sabrina abre a bolsa e pega seu aparelho:
LEGENDA - (1:45 AM)
Sabrina: Alô?
Thomas: Acabei tudo. Tudo mesmo.
Sabrina: Calma Tom. Vem pra cá.
Thomas: Não. Estou indo pra casa.
Sabrina: Quer que eu vá te buscar?
Thomas: Não. Te ligo de casa.
A ligação é cortada.
Simone: Quem era? – Pergunta sentada a sua frente com as mãos na mesa ao lado do celular.
Sabrina: Thomas. – Segurando seu celular com os olhos arregalados.
Simone: Nossa. Hoje tem uma bruxa no ar. O que aconteceu? – Com a face assustada.
Sabrina fingindo não saber de nada: Não sei. Ele não esta bem.
Simone: Nossa. Ele não foi no show com o Alex, a Lisa e a Maga?
Sabrina: O show já acabou. Eu vou até a casa dele.
Simone: Mas ele não falou o que acont...
Sabrina: Não sei o que aconteceu tá! – Ríspida – Vamos embora. Te deixo na sua casa. – Ficando aflita.
Simone: Calma Sá. Só to perguntando. Também to preocupada agora. – Pegando a bolsa – Eu vou com você. Só vou ao banhei...
Sabrina a interrompe: Não. Se você for, pode ser que ele não fale nada o que esteja acontecendo. – Mentindo – Te deixo em casa e vou pra lá. Amanhã a gente conversa sobre isso.
Simone: Então ta. – Conformando-se – Vai pedindo à conta que eu vou ao banheiro. – Levanta-se e sai em direção ao fundo do estabelecimento.
Com o celular ainda em suas mãos, Sabrina pega sua bolsa jogando o telefone dentro a procura da carteira. Por coincidência, o celular de Simone (em cima da mesa), começa a tocar.
Um toque. Dois. Três. Sabrina, impaciente o pega, mas não atende, devolvendo-o a mesa.
Quarto toque. Quinto. Sexto e o mesmo se silencia.
Simone vê o garçom quase ao fundo do bar e faz um sinal com a mão demonstrando que quer que a conta seja fechada.
Novamente o celular de Simone toca.
Um toque. Dois, três, quatro. Sabrina olha em direção ao banheiro mas não vê Simone.
Quinto toque e no sexto, novamente o aparelho para.
Sabrina mais impaciente procura o garçom novamente com os olhos e o vê servindo uma mesa ao fundo do bar. Dá um pequeno soco na mesa com a mão fechada, irritada pela demora.
Peça terceira vez, o aparelho de Simone começa a tocar.
Um toque.
Dois.
No terceiro, Sabrina estica o braço segurando o telefone e pressionando o botão atendendo-o.
Song: Mudança para trilha incidental
Sabrina: Alô?
-- É o seguinte, não fala nada...
Sabrina arregala os olhos estranhando a atitude da voz masculina do outro lado da linha, tentando se lembrar de onde já havia ouvido.
-- Meu turno acabou e vou sair do hospital daqui a pouco. Daqui uma hora estarei na sua casa. Dê uma desculpa para a Sabrina e vá pra lá. Só me responda sim ou não.
.Sabrina com a certeza da voz e com o estomago na boca responde perguntando.
Sabrina: Quê?
-- Vou sair daqui a pouco daqui. Fala pra Sabrina te deixar em casa que eu vou pra lá e te pego. Cuidado pra ela não desconfiar.
Sabrina, já sem respirar.
Sabrina: Pai? – Pequena pausa - É você?
Andreas: Sá... Sabrina? – Gaguejando.
Sabrina: É você pai?
A ligação é cortada.
Em choque, mas mesmo assim não querendo acreditar, Sabrina com os olhos, vê Simone sair do banheiro e caminhar em sua direção, sentando-se a mesa.
Simone vê Sabrina com seu celular no ouvido.
Simone: Você atendeu meu celular? Quem era? – Fazendo o sinal com a mão querendo de volta o aparelho.
Sabrina tira o aparelho que ainda estava em seu ouvido, ainda segurando.
Sabrina: Você esta tendo um caso com meu pai?
Simone paralisa-se Abre um pouco a boca mas não sai palavras, se delatando.
Sabrina vendo a reação de sua amiga a frente e tendo a certeza do que percebeu pela ligação, joga o aparelho com força em direção a Simone, pegando em seu peito.
Sabrina grita: SUA VACA... – Pega o copo a sua frente com a bebida pela metade e novamente, joga o liquido em direção do rosto de Simone, molhando sua face e parte do cabelo.
Todos à volta da mesa das duas olham espantados querendo saber o que estava acontecendo.
Sabrina gritando ainda mais alto: SUA PIRANHA, DESCARADA, VAGABUNDA... Como você pôde fazer isso? – E num impulso, se levanta pegando sua bolsa e começa a caminhar rapidamente em direção à porta da saída do bar. Atravessa e corre pela calçada em direção onde seu carro esta estacionado.
Simone extremamente envergonhada pega alguns guardanapos e começa a enxugar seu rosto e se depara com o garçom trazendo a conta.
Ao chegar no carro, Sabrina com lágrimas nos olhos, abre o zíper de sua bolsa a procurar pela chave do veículo, porém sente seu celular nos dedos e o agarra.
Abre o folder do aparelho e digita o número de cabeça.
Enquanto espera a ligação ser completada, enfia novamente a mão dentro da bolsa pegando a chave do carro. Coloca na fechadura da porta do veículo virando para um dos lados, abre a porta entrando e vendo as horas no visor do veículo.
LEGENDA – (1:59AM)
Ao fechar a porta, a ligação se completa:
Thomas: Alô?
Sabrina: Onde você esta? – Disfarçando a voz de choro.
Thomas: Ainda aqui.
Sabrina: Estou indo aí.
Thomas: Ele esta aqui.
Sabrina: Vou para sua casa.
Thomas: Não. Ta tudo bem.
Sabrina: Não está. Te espero lá. – E fecha o folder do aparelho cortando a ligação.
Corta
Novamente na mesa do bar, Simone olha pela janela tentando ver Sabrina. Porém, não consegue.
Pega o telefone e disca um número de cabeça.
Aguarda um toque. No segundo:
Andreas: Alô?
Simone: Sou eu. A Sabrina descobriu sobre a gente. Venha me buscar. Estou aqui no Glass.
Andreas: Cadê ela?
Simone: Saiu correndo.
Andreas: Puta merda Simone. – Bravo.
Simone: Puta merda o que? – Insatisfeita.
Andreas: Como que você deixou ela atender essa porra?
Simone: Eu não deixei...
Andreas: Como não???
Simone: Eu fui ao banheiro e esqueci o celular na mesa. Você ligou e ela atendeu... O que você falou pra ela?
Andreas: Eu disse que te pegava na sua casa.
Simone: Mas como você falou pra ela?
Andreas: Não importa. Puta merda. Pra onde que ela foi...?
Simone: Venha me pegar porque eu acho que sei.
Andreas: Pra onde?
Simone: Acho que ela foi pra casa do Thomas.
Andreas: Thomas? Quem é esse?
Simone: Venha me pegar e a gente vai pra lá.
Corta
A cena volta para Alex e Thomas
LEGENDA – (2:04 AM)
Alex dá alguns passos rápidos e largos e o alcança segurando-o forte, fazendo com que Thomas não consiga se mexer. Porém, Thomas começa a se debater.
Alex: Pare... Eu não posso negar que gosto da Lisa, mas também não posso negar que gosto de você. – Olhando para os olhos de Thomas.
Thomas, de frente para Alex, com lágrimas nos olhos.
Thomas: Então faça a sua escolha Alex. Ou você fica com a Lisa... – Pausa - Ou você fica comigo...
Alex olha firmemente para os olhos de Thomas.
Alex: Tom... Eu...
Thomas: Se essa. Ou você fica com ela, ou comigo... E ai, como vai ser?
Alex solta os braços de Thomas, que se mantém firme e decidido a ouvir uma resposta, porém continua olhando em seus olhos.
Alex: O que você sente por mim Thomas?
Thomas: Nesse momento... Raiva é pouco.
Alex baixa os olhos, começando a encher de lágrimas.
Alex: Tom... – Pausa – Como vai ser minha vida cara? Eu estou com ela há três anos e com você há algumas semanas.
Thomas: E? – Firme.
Alex: E se eu colocar na balança o amor que tenho por ambos... – Pausa – Você ganha, mas não posso deixar as pessoas saberem disso.
Nesse momento, algo parece explodir dentro de Thomas.
Alex chorando: Não quero que as pessoas olhem para mim e apontem como “Olha o viado lá”. Eu não posso deixar de namorar a Lisa por isso. E eu também não posso te perder rapaz. Eu amo você.
Thomas abraça Alex fortemente colocando a cabeça dele em seu ombro. Seria um momento que não esqueceria para o resto da vida.
Ao sentir a força dos braços de Thomas, Alex se esquiva olhando para os lados, observando se ninguém tinha visto a cena. Novamente, olha para Tom.
Alex: Fica comigo esta noite. Por favor,...
Corta
LEGENDA – (1:55 AM)
A cena vai para o carro de Margareth
Lisa: Não é isso. Ele disse que tem muito cliente de porte grande fechando conta lá no banco. Olha ali... – E aponta uma lanchonete. – Para o carro. Eu to com fome.
Margareth: Agora?
Lisa: Um lanchinho não cairia mal mesmo... Quer algo?
Margareth: Não. Te espero aqui. – Parando o carro.
Lisa: Eu vou lá.
Lisa abre a porta do carro e desce, andando em direção da lanchonete se distanciando do carro.
Margareth encara a ida da amiga e em um impulso, vira-se para o banco traseiro pegando sua bolsa. Abre-a e sem tirar para fora, começa a teclar no aparelho celular.
***REMETENTE: MARGARETH***
A mesma aperta mais algumas teclas fazendo o aparelho obedecer o comando.
***PRIVAR NÚMERO? SIM / NÃO***
Margareth escolhe:
***SIM***
***DIGITE SUA MSG***
Margareth levanta a cabeça olha a amiga pegando um pacote em uma gôndola. Novamente, volta os olhos no celular digitando:
***SEU NAMORADO É GAY***
Aciona a tecla novamente.
***ENVIAR MSG? SIM / NÃO
Margareth olha a mensagem, olha Lisa no bar abrindo a carteira e pagando e numa fração de segundos, pensa consigo mesma que seria um sofrimento para Lisa saber qualquer coisa que não gostasse sobre Alex e ela seria a propulsora disso.
Automaticamente decide abandonar a idéia do envio da mensagem.
Vendo Lisa se virar e vir em direção ao carro, Margareth se desespera para pressionar a tecla para cancelar a operação, mas em um descuido, aperta a tecla SIM.
De sua boca saiu um “Ai Meu Deus” rápido e baixo. Soltou o aparelho na bolsa em seu colo e jogou a mesma pelo meio dos bancos da frente, para trás.
Lisa abre a porta e entra colocando a bolsa no chão.
Ao entrar, Margareth liga o carro e coloca o veículo em movimento.
Margareth: Você vai comer isso agora? - Séria
Lisa: E qual o problema?
Margareth: Caramba! Como você consegue ser magra?
Lisa sorri.
Um celular começa a tocar.
Lisa reconhece o toque.
Lisa: É o meu. Deve ser o Alex.
Margareth: Nossa já chegou? Ele não foi levar o Tom?
Lisa: Ele não mora longe. – Se abaixa e coloca o saco de salgadinho no chão, pegando sua bolsa em seguida – O Tom mora um quarteirão do Alex.
Abre o zíper da bolsa e pega o celular tocando.
Abre o folder do aparelho e aperta um botão.
***VOCÊ RECEBEU UMA MSG***
Lisa: É mensagem.
Margareth: Agora?
Song: Trilha incidental
Lisa novamente aperta o botão e a mensagem aparece.
***REMETENTE: NÚMERO PRIVADO***
***MSG: SEU NAMORADO É GAY***
Lisa sem entender, novamente lê a mensagem em silêncio.
Margareth: O que foi? – Pergunta vendo a reação da amiga ao lado.
Lisa sem tirar os olhos da mensagem, permanece muda.
Margareth: O que foi? O que está escrito?
Pausadamente, Lisa diz:
Lisa: Que o Alex é gay... – E olha para Margareth com indignação.
Margareth: Quem mandou isso?
Lisa: Está como número privado.
Margareth: Alguém ta zoando com você.
Lisa volta os olhos para o aparelho olhando a hora e num impulso, começa a digitar um número; o de Alex.
Corta